Morreu Hans Küng, teólogo suíço, filósofo, professor de teologia, nascido no dia 19 de março de 1928. Estudou filosofia e teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, foi ordenado sacerdote em 1954 e continuou seu processo educacional em várias universidades europeias, incluindo Sorbonne, em Paris. Seu falecimento aconteceu no dia 6 de abril de 2021, em Tubinga, na Alemanha.
Lamento e me arrependo de não ter mergulhado e bebido melhor na fonte e patrimônio dos seguidores de Jesus de Nazaré, no grande comunicador da esperança e teólogo católico em voga, no nosso despretensioso comentário.
Hans Küng, influente e polêmico teólogo, preocupou-se em tornar compreensível a mensagem do Evangelho e em dar-lhe um lugar na vida dos seguidores de Jesus de Nazaré. Ele nos ajuda, de verdade, a crer em Deus, com seu pensamento, rigorosamente teológico, a saber: “Deus é mais real do que toda a realidade; ele é realidade última no coração dos homens e das coisas. Deus, infinito em todo o finito; permanente em todo passageiro; incondicional e absoluto em todo condicional e relativo; imperscrutável e inesgotável fundamento último; a origem última e o sentido último de tudo que existe”.
Anunciou, como professor de teologia, a solidariedade e a fraternidade anunciadas e desejadas por Jesus de Nazaré. Ensinou que a fé vai acima de um simples dever: na direção de um compromisso e de uma necessidade vital. Sempre sonhei com o mínimo de sua relevante sabedoria, com a esperança consequente a influenciar muita gente, evidentemente apoiado na força da palavra de Deus. Soube indicar Cristo como o foco, sem sombra de dúvida, no homem Jesus de Nazaré, sendo, incontestavelmente, o fundamento último do mundo e da criatura humana, ao contrário de um abismo escuro e pavoroso.
Com Hans Küng temos um cristianismo mais lúcido, uma fé mais plural, mais viva e corajosa, distante da frivolidade ou tolice, longe da leviandade ou vaidade que não edifica. Com seu pensamento e sua força profética deixou um legado e um registro na história cristã hodierna, os quais jamais se podem negar, numa expressão: patrimônio para o mundo cristão, além de ter sido uma figura de destaque no Concílio Vaticano II, participando do mesmo na qualidade de perito.
Essa é sua herança, ou espólio, do sacerdote e acadêmico Hans Küng, que agora se encontra em paz, numa vida sem ocaso, nas mãos de Deus. Por uma vida teológica, segundo os critérios do Evangelho de Jesus, que o Senhor dê o repouso eterno ao seu servo e teólogo, bom e fiel!