O homem e a mulher que, no dia a dia, se esforçam para fazer o seguimento de Jesus de Nazaré, são pessoas profundamente amadas por Deus e, ao mesmo tempo, marcadas pelas virtudes da fé e da esperança, não procurando sinais, a exemplo de uma infinidade de pessoas que buscam sinais. Não. De modo algum se vive à procura de sinais. Suas próprias vidas transformam-se em sinais, oferecidas generosamente pelo amor de Deus ao mundo.
O Papa Francisco, um homem gentil, terno e amigo, mas acima de tudo carregando consigo a marca indelével da graça de Deus, num profundo desejo de sempre e cada vez mais encarnar o projeto do nosso Deus e Pai, é um sinal vivo e concreto da presença de Deus no mundo, totalmente identificado com o Evangelho. Como é encantador e edificante, saber que pessoas ousam testemunhá-lo. Andrea Bocelli, o cantor que aos doze anos ficou cego por causa de um acidente, revelou que ao ouvir as primeiras palavras do Papa Francisco, sentiu os olhos cheios de lágrimas: “Foi para mim um grande privilégio conhecer pessoalmente Papa Francisco, inclinar-me diante de uma pessoa como ele, ponte entre a existência terrena e o céu. A sua voz, as suas palavras, aquela doçura inefável da qual é dotado abundantemente, falaram ao meu coração de um modo grandioso e comovente”.
O nosso querido Sumo Pontífice é o mestre dos mestres do Povo de Deus, convocado aos 13 de março de 2013, para o cumprimento de seus deveres de Pastor Universal e, ao mesmo tempo, para acolher espiritual e moralmente, pela força da unção sagrada, num espírito de total abertura, todas as pessoas do planeta, dentro dum contexto e de uma realidade dolorosa, mesmo dentro da Igreja Instituição.
O zelo ardoroso e a maestria de Francisco tiram as pessoas do indiferentismo e da insensibilidade, no que disse com a força e clareza de suas palavras, Elton John, uma das pessoas mais estimadas e queridas do planeta: “O Papa Francisco é para a Igreja Católica a melhor notícia dos últimos séculos. Este homem, sozinho, foi capaz de reaproximar as pessoas dos ensinamentos de Cristo (…). Os nãos católicos como eu levantam-se para aplaudir de pé a humildade de cada um dos seus gestos, porque Francisco é um milagre da humildade, na era da vaidade”.
O Papa Francisco procura sim, viver os valores do Reino de Deus já aqui neste mundo, que além de gemer as dores do parto (Rm 8, 22), clama por aquela justiça tão desejada pelo enviado do Pai, em cada gesto de bondade, do Vigário de Cristo, que sabe olhar à luz da fé, para grande cidade, isto é, o planeta, o qual por bondade de Deus foi-lhe confiado o governo espiritual, com profunda ternura, a partir dos empobrecidos, como ele mesmo disse: “A maior exclusão consiste em nem sequer ‘ver’ o excluído – o que dorme na rua não é visto como pessoa, mas como parte da sujeira e abandono da paisagem urbana, da cultura do descarte” (Cardeal Bergoglio, Dios en la Ciudad, Buenos Aires, 2012).
É importante recordar Dom Aloísio Cardeal Lorscheider, o qual irá completar 90 anos de nascimento neste ano de 2014, na sua profética, inigualável e sábia Carta Pastoral, sobre o uso e a posse do solo urbano na cidade de Fortaleza – CE, (31/05/1989), ao afirmar com a mesma maestria de Francisco: “A cidade deve ser para o homem e não o homem para a cidade. Deve ser um espaço de convivência solidária para todos os que nela moram, convivência que seja resultante da convergência de esforços para tornar a cidade mais humana e também cristã”.
O Papa Francisco nos propõe um grande e profundo encontro com Jesus de Nazaré, encontro esse que resulte num despojamento, numa mudança de rumo, a ponto de nos causar uma transformação interior, na qual possa se manifestar um novo modo de viver essa transformação. Como é importante à humanidade figuras exemplares e referenciais. Saibamos, pois, ter diante dos olhos o saudoso Cardeal Lorscheider e o querido Francisco como referências, é claro, suplicando ao bom Deus a graça da libertação interior, com enorme desejo de um encontro muito verdadeiro com o Filho de Deus.
Os magos reconheceram a divindade do Filho de Deus na criança, como foi indicado pela estrela; ajoelhando-se diante dela e adorando-a. Em seguida, ofereceram-lhe presentes: ouro, incenso e mirra. Depois voltaram para suas casas por outro caminho (MT 2, 10-11). Que Deus nos dê a graça desse grande encontro, o qual nos indica outro caminho, o caminho de Deus, bem longe e distante dos Herodes do nosso tempo.