Nestes dias está se realizando em Milão, no norte da Itália, o Sétimo Encontro Mundial das Famílias. Iniciado na quarta-feira dia 30 de maio, se conclui neste domingo dia 03 de junho.
Simultanea ao Encontro, se realiza a Feira Mundial da Família, no espaço tradicional das grandes feiras de Milão, a Milanofieracity.
A intenção da feira, é apresentar as múltiplas iniciativas existentes no mundo, com a finalidade de promover e sustentar os valores da família.
O tema escolhido para ser aprofundado no Congresso Teológico, que faz parte do encontro mundial, gira em torno de três palavras que indicam claramente três valores interligados entre si: a família, o trabalho, a festa.
A tradição destes encontros mundiais vem do tempo do Papa João Paulo II, que também promoveu o encontro mundial da Juventude. São iniciativas semelhantes, que se inserem dentro do clima conciliar, que teve sua experiência mais ampla e mais profunda com a realização do Concílio Ecumênico Vaticano II.
De certa maneira, estes encontros se inspiram na mesma dinâmica do Concílio e dos Sínodos. Fazem parte do contexto atual, que permite dar feições mundiais a eventos locais, que desta maneira se tornam veículos de difusão de mensagens. São formas novas de comunicação, que a Igreja aos poucos vai aprendendo a colocar a serviço de sua tarefa permanente de difundir a boa nova ao mundo inteiro.
Estes concílios setoriais permitem também estimular o protagonismo das pessoas envolvidas neles. Desta maneira, as famílias se sentem incumbidas, elas mesmas, de afirmar seus valores e de propô-los para a sociedade. Igualmente os jovens se sentem incumbidos de evangelizar a juventude de hoje, em meio a tantas situações que pedem a luz do Evangelho e a força da graça de Deus para discernir os critérios que precisam sustentar as opões a serem feitas.
A escolha do tema deste Sétimo Encontro Mundial das Famílias, em Milão, se apresenta muito adequado à tradição da cultura que se identifica, de muitas maneiras, com o povo do norte da Itália. Um povo que sempre teve como referência a família como centro estruturador de sua vida.
Tenda a família com referência principal, é fácil associar a ela, tanto o trabalho como a festa. São claramente três valores, três dons, três dimensões complementares, que se justificam e iluminam mutuamente.
Na abertura do Encontro, o Cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício da Família ponderou que são três dimensões nitidamente humanas: só o ser humano constitui família, só o ser humano trabalha, só o ser humano promove a festa.
Como valores distintivos de humanidade, eles podem, e devem, ser humanizados sempre mais, encontrando o seu sentido na medida que são colocados a serviço da vida. Tanto a família, como o trabalho e a festa, estão a serviço da vida, e nesta condição encontram a sua justificativa e o seu valor.
Não é aleatório o fato deste Sétimo Encontro Mundial das Famílias se concluir no Domingo da Santíssima Trindade. Pois à luz da revelação, o mistério de Deus também se apresenta como família. A família humana, desta maneira, é reflexo da comunhão trinitária divina, e serve de melhor analogia para expressarmos, humanamente, o mistério de Deus. Partindo da experiência da família humana, dizemos que Deus é Pai, Filho e Espírito Santo. Deus também é família.
Não faltam motivações para dar-nos conta que a família humana é a célula estruturadora da sociedade humana, e precisa ser resguardada e promovida.