O mundo da lua sempre foi um espaço de grandes divagações e inúmeras reflexões para a vida humana. Que fascínio esse capaz de aprisionar mentes e corações de forma tão corriqueira, durante todas as gerações pelas quais já passamos? O fato é que a humanidade não sossegou enquanto lá não deixamos nossas pegadas. E louvar a seu Deus por mais essa conquista.
Não é somente do feito histórico de cinquenta anos passados que falaremos neste artigo. Deste muito já se falou desde aquele histórico 20 de julho de 1969. Mas algo ficou obscurecido do grande público pelo caráter estritamente religioso que não conciliava bem com as proezas da Ciência e seus feitos inusitados. Edwin Aldrin, um dos astronautas daquela odisseia, vai nos dizer de seu feito oculto: “Estar no centro de um acontecimento tão grandioso fez com que minhas fraquezas aflorassem. Por um lado, a viagem reforçou minha espiritualidade. Embora não tenha sido anunciado publicamente, eu comunguei na Lua”. (Veja, julho de 2008). Como assim, não era um feito estritamente científico, um experimento da sofisticada tecnologia humana?
Acontece que astronautas também vivem sua espiritualidade. O presbiteriano Aldrin não tinha como negar sua fé diante de tão extraordinário protagonismo. Era interessante pensar que o primeiro líquido servido na Lua e o primeiro alimento comido ali são elementos da comunhão. Através do gesto, sua intenção era de mostrar ao mundo que Deus também se manifestava no espaço e que o programa espacial do homem se enquadrava perfeitamente nos planos do Criador”. Bem pensado. Mesmo contrariando princípios científicos, o segundo homem a pisar nosso satélite natural teimou em sua fé. Logo após o pouso do módulo “Eagle”, enquanto aguardava sua vez de pisar naquele solo desconhecido, Aldrin desligou o rádio, tomou o kit onde trazia vinho e hóstia e silenciosamente, solitariamente, comungou. Depois religou sua comunicação com a terra e pronunciou uma frase enigmática: “Eu gostaria de aproveitar essa oportunidade para pedir a todas as pessoas ouvindo, quem quer que sejam, ou onde quer que estejam, que façam uma pausa por um momento e contemplem os eventos das últimas poucas horas e agradeçam a seu próprio modo”. Assim fazia sua ação de graças, louvando a Deus pelo privilégio de ali estar.
Entretanto, ao pisar o solo lunar, sua frase foi ainda mais enigmática: “Vejo uma grande desolação”. O grande passo pensado e refletido por Armstrong ganhava agora uma descrição assustadora. “Foi desolador encarar o vazio daquele céu negro, de total ausência de ar e de vida, aquela poeira cinzenta” – explicou depois. Tinha ele um paralelo, ao observar ao longe a beleza do maravilho planeta azul, nossa casa comum, e ter aos pés areia, areia, areia… Certamente deu graças a Deus por ter raízes no mais perfeito dos planetas, cuja Lua só era bela aos olhos dos enamorados…
Por que pouco se falou dessa experiência mística que bem aproximou Ciência e Religião? A Nasa detinha à época a maior gama dos conhecimentos humanos, menos os mistérios de sua fé, para os quais sua prepotência era maior que seus feitos. Enfrentava ainda um processo movido por um ativista do ateísmo, que questionava a leitura de um trecho bíblico durante a missão Apolo 8. Não havia clima para a comunhão religião/ciência, apesar do “grande salto” que mudava em muito a história de nossas capacidades e sabedoria. Desde então, nossa evolução espiritual pouco evoluiu. O satanismo, a descrença, o materialismo, a imoralidade sem freios, a permissividade, violência e tantos pesares da degradação humana, apesar de sua ciência e tecnologia, dominam o cenário por aqui. “Vejo uma grande desolação”! E hora de voltar ao romantismo e contemplar nossa Lua também com os olhos apaixonados de Cristo.