A Igreja na sua experiência e sabedoria de mãe vai educando continuamente os seus filhos. Ao aproximar-se o Natal ela deseja que seus filhos celebrem dignamente o mistério da encarnação de Jesus Cristo. Aquele que veio morar entre nós! (Jo 1,14). A Igreja através do tempo litúrgico do Advento e do Natal, pelo convite em participar dos encontros de preparação do Natal, a montagem de presépios e de outras modalidades proporciona a vivência do Mistério do Natal.
Na música Anunciação, Alceu Valença canta: “Tu vens, tu vens, já escuto os teus sinais…” Esta música popular pode nos ajudar a entrar no espírito do tempo do Advento seguindo os sinais que se apresentam aos sentidos. Os sinais que se apresentam são muitos e alguns confundem, por exemplo, o convite ao consumismo, Papai Noel, festas, etc. Em meio a tudo isso, o tempo do Advento vai direcionando a atenção ao foco central e faz o cristão clamar: “Vem, Senhor Jesus” (Ap 22,20). Deste modo, o Advento não se reduz simplesmente a um tempo de preparação do Natal, mas renova o ânimo e o desejo do encontro com Jesus na manjedoura.
O roteiro dos “Encontros de Natal” elaborado pelo Regional Sul 3 da CNBB, convida a refletir e rezar sobre o Natal a partir de quatro atitudes: acolher, dialogar, cuidar e encontrar. Natal é acolher! Deus não desiste dos homens e por isso sempre encontra meios de bater a nossa porta. “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa” (Ap 3,21). Em tempos de insegurança temos medo de abrir as portas e isto pode impedir de acolher o Senhor que quer habitar em nossa casa, fazer refeição conosco e oferecer a salvação. São tantas as batidas em nossas portas: telefone, whatsapp, vendedores … Abrir a porta requer atitudes de discernimento, acolhida e hospitalidade.
Natal é dialogar! Deus para realizar o seu projeto de amor recebeu a acolhida de Maria. Inicia um diálogo com ela que termina com as palavras de Maria “Eis a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38). O diálogo requer escuta, argumentação, proposição e respeito entre os dialogantes. O diálogo possibilita conhecer as pessoas e criar laços de solidariedade e amizade. O contrário do diálogo são os fundamentalismos. Que aprendamos a dialogar com Deus e as pessoas.
Natal é cuidar! Todas as criaturas necessitam de cuidado. O ser humano com a sua criatividade e inteligência tem uma imensa capacidade de desenvolver meios de cuidado e de destruição. Ao mesmo tempo em que assistimos imensos avanços na medicina para cuidar da vida, assistimos o desenvolvimento de tecnologias que geram a morte. “Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa” (Mt 1,24). Deus restabelece a confiança de José em Maria e ele passa a cuidar de Maria e de Jesus. Cuidar uns dos outros é sinal de escuta da vontade de Deus.
Natal é encontrar! “Encontrarão um menino envolto em panos e deitado numa manjedoura” (Lc 2,12). Os pastores, em sua simplicidade, acolheram a mensagem do anjo e foram ao encontro do Deus menino, deitado na manjedoura. Só o encontraram por que abriram a porta da sua vida e assim estabeleceram um diálogo.
“Vem Senhor Jesus, o mundo precisa de ti!”