Educação midiática e inteligência artificial

    A inteligência artificial (IA) é uma criação de vários especialistas e pesquisadores, e não pode ser atribuída a uma única pessoa. No entanto, alguns nomes foram essenciais para o seu desenvolvimento, como: John McCarthy, criou o termo “inteligência artificial” em 1956 e desenvolveu a linguagem de programação LISP. Warren McCulloch e Walter Pitts, criaram o primeiro modelo computacional para redes neurais em 1943. Alan Turing, é considerado o “Pai da Inteligência Artificial”, seus estudos foram base para a IA e para quase todos os aparelhos eletrônicos.

    As inteligências artificiais que encontramos no cotidiano sem dúvida facilitam o nosso dia a dia e trazem inúmeras vantagens, mas também apresentam riscos. Vamos descobrir como as IAs já fazem parte do nosso cotidiano há bastante tempo, entender onde estão presentes e como atuam, e refletir sobre seus riscos e benefícios.

    A educação midiática demanda uma postura de aprendizagem contínua, observando sempre as transformações sociais e tecnológicas que afetam o acesso às informações e a possibilidade do seu uso qualificado. Na configuração em prol da educação midiática e inteligência artificial para educadores e estudantes, com foco em como as IAs impactam os fluxos informacionais, os direitos e a democracia.

    Sistemas operados por inteligência artificial estão cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Plataformas que recomendam músicas ou filmes, assistentes virtuais e aplicativos que nos ajudam a trabalhar e gerar novos conteúdos são exemplos de aplicações que se valem da extração e análise de dados em grande escala para facilitar nosso cotidiano. Mas esses sistemas também são usados por governos e empresas de maneiras que podem afetar nosso acesso a direitos, informações, serviços ou até nossa livre circulação. Funcionando de forma opaca, podem privilegiar certas visões de mundo ou amplificar desigualdades. Na mão de atores mal-intencionados, agravam o problema da desinformação. E sua adoção em larga escala suscita questões sobre privacidade, impacto no meio ambiente e responsabilidade social.

    A disseminação da inteligência artificial em tantos campos, inclusive nas mídias e na comunicação, exige ampliar o escopo da educação midiática, direcionando nosso olhar para essas transformações e seus impactos. Interrogar essas dinâmicas nos ajuda a fazer uso positivo e fortalecedor das inovações, ao mesmo tempo em que desvendamos as complexas relações entre indivíduos, mídias, e os sistemas sociais, econômicos e tecnológicos que moldam nosso mundo. Com a educação midiática aprendemos a agir de forma ética e responsável no ambiente informacional da sociedade, seja qual for a sua expressão tecnológica, observando os riscos e atuando sempre, no plano individual e no coletivo, para preservar o bem comum e a democracia.

    Chamamos de Inteligência Artificial a capacidade de um computador de realizar tarefas comumente associadas a seres inteligentes, isto é, seres que podem se adaptar às novas circunstâncias. Isso acontece através da ação de algoritmos que permitem às máquinas analisar dados, aprender a partir deles, e determinar cursos de ação com base nesse conhecimento. Essa tecnologia possibilita grandes saltos de inovação em diversos setores: pode facilitar nosso dia a dia, impulsionar descobertas científicas, ajudar a fazer diagnósticos mais precisos, personalizar o aprendizado ou monitorar mudanças no meio ambiente. Toda introdução de tecnologia em escala sistêmica, porém, tem efeitos ecológicos, ou seja, impacta relações culturais, sociais, econômicas e de poder em toda a sociedade. Novas tecnologias ressignificam dilemas antigos, como privacidade, anonimato e autoimagem, e apresentam novos, como poluição informacional1 ou direitos de imagem pós-morte; e sua adoção muitas vezes tem consequências imprevistas.

    A educação midiática e inteligência artificial devem ser executadas em prol do bem-estar da dignidade humana, ou seja, da qualidade de vida, na sua dimensão ética, integral da saúde física, emocional, mental, social e espiritual.

    Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista no Ensino de Filosofia e Sociologia pelo Centro Universitário Dr. Edmundo Ulson – Araras-SP.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

    Fontes

    https://educamidia.org.br/educacao-midiatica-e-inteligencia-artificial#infografico

    MOSS, Scott H. Critical algorithmic literacy: explorations of algorithmic bias in elementary school. 2023. 188 p. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade da Califórnia, Los Angeles, 2023.

    UNESCO. Recomendação sobre a Ética da Inteligência Artificial. [s.l: s.n.]. Acesso em 23 nov. 2024.

    COECKELBERGH, M. Ética na Inteligência Artificial. São Paulo: Ubu Editora, 2024.

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