O episódio do terceiro domingo da quaresma é muito significativo quando o Senhor Jesus, diante do poço de Jacó pede a estrangeira Samaritana:”Dá-me de beber”(cf.Jo 4,7). Todos nós estamos assistindo as dificuldades, por falta de planejamento, de falta de água nos grandes centros urbanos do sudeste, particularmente na cidade de São Paulo. A água é o elemento vital de nosso corpo e da vida humana. E a água nos sacia em nossas necessidades orgânicas. Por isso a água que Cristo nos dá é a água viva, é o seu Espírito Santo(Rm 5,1-2.5-8). E este Espírito nos ajuda até encontrar água na Rocha como Moisés que fez sangrar água da pedra(Ex 17,3-7).
Jesus Cristo é a única e verdadeira fonte de esperança para todos os seres humano, em especial para aqueles que se acham abandonados, desprezados. O encontro de Jesus com a mulher Samaritana é o modelo de valorização de todo ser humano, para além dos preconceitos e outras barreiras que venhamos encontrar em nossa vida. Jesus Cristo foi ao encontro de todos, especialmente dos que eram desprezados. Também nós, discípulos de hoje, somos convidados a agir do mesmo modo, sem preconceito.
Nesta semana, em que a água é o elemento fundamental da liturgia quaresmal, somos confrontados diante da nossa pertença a Igreja. Somos católicos apenas de senso? Ou assumimos para valer o nosso batismo? Somos comprometidos com a nossa Igreja? Anunciamos o Evangelho? Participamos dos grupos de reflexão da Campanha da Fraternidade? Evangelizamos a nossa casa? Damos testemunho do que celebramos na nossa vida?
Fala-se de muitas sedes nos dias atuais. Sede de justiça. Sede de riqueza. Sede de esperança. Sede de vingança. Sede de perversidade. Sede de destruir países, honras, pessoas, carreiras, vocações. Quase nada se fala da sede de Deus. Eu tenho sede de Deus. Enquanto o mundo promete o que é efêmero e transitório. Deus nos promete o mundo futuro, a vida divina. Esta fonte de água viva é o Cristo, luz das nações.
A verdadeira água viva é aquela que o Cristo nos dá: “Ao pedir à Samaritana que lhe desse de beber, Jesus lhe dava o dom de crer. E, saciada sua sede de fé, lhe acrescentou o fogo do amor”, como cantamos no prefácio deste terceiro domingo.
Que as celebrações quaresmais e a vivência da Campanha da Fraternidade, aliada a uma boa confissão nos dias 28/29 de março, quando a Igreja institui o dia de “vinte quatro horas para o Senhor” nós possamos purificar nossos corações e termos atitudes bem concretas em favor da defesa da vida, pedindo que o água viva do Ressuscitado venha em nosso encontro!