“Preparai o caminho do Senhor, endireitai suas veredas”(Cf. Lc 3,4) A liturgia do segundo domingo de Advento constitui um veemente apelo ao reencontro do homem com Deus, à conversão. Por sua parte, Deus está sempre disposto a oferecer ao homem um mundo novo de liberdade, de justiça e de paz; mas esse mundo só se tornará uma realidade quando o homem aceitar reformar o seu coração, abrindo-o aos valores de Deus.
Na liturgia deste domingo a primeira leitura(cf. Is 40,1-5.9-11) relata um profeta anônimo da época do Exílio que garante aos exilados a fidelidade de Deus e a sua vontade de conduzir o Povo – através de um caminho fácil e direito – em direção à terra da liberdade e da paz. Ao Povo, por sua vez, é pedido que dispa os seus hábitos de comodismo, de egoísmo e de auto-suficiência e aceite, outra vez, confrontar-se com os desafios de Deus. Deus anuncia suas intenções em relação ao povo e a Jerusalém. Para todos ecoa a voz da consolação de Deus e lhes são anunciadas coisas novas que superam as antigas. Já na teofania conclusiva, o profeta proclama Deus como rei que regressa vitorioso da batalha e como “um pastor, ele apascenta o rebanho, reúne, com a força dos braços, os cordeiros e carrega-os ao colo; ele mesmo tangue as ovelhas-mães”(cf. Is 40,11).
No Evangelho(cf. Mc 1,1-8), João Batista convida os seus contemporâneos e, claro, os homens de todas as épocas, particularmente a cada um de nós, a acolher o Messias libertador. A missão do Messias – diz João – será oferecer a todos os homens esse Espírito de Deus que gera vida nova e permite ao homem viver numa dinâmica de amor e de liberdade. No entanto, só poderá estar aberto à proposta do Messias quem tiver percorrido um autêntico caminho de conversão, de transformação, de mudança de vida e de mentalidade. São Marcos dá a Jesus o título de Filho de Deus. Em seguida, apresenta-o como o mais forte que haverá de batizar no Espírito Santo os discípulos que começaram com João Batista sua caminhada de conversão. Portanto, o Messias que Marcos anuncia é o Filho de Deus. As vozes proféticas se unem à voz do precursor. É João Batista que convida os povos da Judéia e de Jerusalém à penitência e a conversão. Devem acolher aquele que é mais forte do que o precursor, pois o que vem depois deve haverá de batizar a todos os que receberam a água do arrependimento com o Divino Espírito Santo.
A segunda leitura(2Pd 3,8-14) aponta para a parusia, a segunda vinda de Jesus. Convida-nos à vigilância – isto é, a vivermos dia a dia de acordo com os ensinamentos de Jesus, empenhando-nos na transformação do mundo e na construção do Reino. Se os crentes pautarem a sua vida por esta dinâmica de contínua conversão, encontrarão no final da sua caminhada terrena “os novos céus e a nova terra onde habita a justiça”. São Pedro retomou o ensino evangélico e a exortação apostólica a respeito da vigilância. O príncipe dos apóstolos fala da “demora” da vinda do Senhor. Ele reafirma a certeza do juízo do Senhor e a sua vinda será como a de um ladrão, à semelhança de uma convulsão cósmica. A todos São Pedro recomenda o esforço para serem encontrados na pureza de vida, sem mancha e em paz!