É preciso então ao cristão dominar “a carne”, ou seja, não apenas as paixões lascivas do corpo, mas também os movimentos desregrados da alma. São Paulo aos Gálatas detalhou o que isto significa: “fornicação, impureza, desonestidade, luxúria, idolatria, malefícios, inimizades, contendas, ciúmes, iras, rixas, discórdias, partidos, invejas, homicídios, embriaguez, orgias e outras coisas semelhantes” e acrescentou claramente: “quem as praticarem não herdarão o reino de Deus”. Os que agem segundo o espírito de Jesus possuem a caridade, o gozo, a paz, a paciência, a continência, a castidade. Acrescentou o meio para que se evite tudo que mancha a alma e esta possa cultivar os frutos espirituais: “Os que são de Cristo crucificaram a carne, com as paixões e concupiscências” (Gl 5, 15-25). Nada mais belo do que um jovem casto. Deve-se então concluir que sem o domínio do corpo não há santidade e esta não existe sem passar pela cruz. Quem quiser ser casto tem que se mortificar, mas esta mortificação deve ser necessariamente fruto de um grande amor a Jesus Cristo. Isto porque a vida sem pecado, ilibada, é apenas um aspecto negativo da santidade. De fato, ações positivas só podem fluir da dileção Àquele que é o caminho, a verdade e a vida e que se imolou no Calvário levada pelo seu imenso amor pela humanidade. Foi o que lembrou São João: “Ninguém tem maior amor, do que aquele que dá a sua vida por seus amigos” (Jo 15,13). Portanto, a santidade consiste em amar como Jesus amou. Não existe distinção entre ser salvo e ser santo, entre ser santo e ser casto Tudo isto leva à edificação do Corpo Místico de Cristo, como ensina ainda São Paulo, “até que alcancemos todos nós a unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, o estado de homem perfeito, a medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4,13). Para isto é necessário abrir a porta do coração para receber Jesus, aceitando de bom grado suas advertências secretas ou evidentes, quando desta forma o cristão passa a realizar aquilo que deve fazer. Jesus com ele e ele com Jesus através da luz de sua presença, progredindo cada vez mais no desejo das coisas do alto e deixando que Ele alimente os anseios celestes dentro de cada um. Isto supõe coragem, determinação e eis porque o Papa Bento XVI assim se dirigiu sobretudo àqueles que estão na plenitude da vida: “Jovem, não tenhais medo de se decidir por Cristo”! Tudo isto, contudo, vivido em pleno século XXI e já o Papa Pio XI, , clamava que todo cristão devia ser sadiamente moderno. Com muita mais razão, então, o jovem de hoje inserido num mundo inteiramente diferente. Este foi o apelo do Papa São João Paulo II no Congresso da Juventude Feminina de Schoesntatt: “Jovens do mundo inteiro, tenham a santa ousadia, de serem os santos do novo milênio”. Este Pontífice deixou claro que é vivendo na sociedade na qual está inserido que o jovem se santificará e formará centenas de jovens que vivem em seu derredor, conduzindo-os bem longe dos padrões oferecidos por uma sociedade materialista, hedonista. Para isto o grande meio, ensinou este Papa, é cada um ter um senso crítico apurado ao assistir os filmes, ao escutar as músicas, ao passear com os amigos. É necessário preservar a pureza interior. O ponto de mira é o respeito total aos dez mandamentos sagrados da Lei de Deus. Eis aí o que cada um deve levar por toda parte a seus colegas a mensagem de que ser jovem que vive a modernidade e possa cumprir sua missão evangelizadora ele precisa possuir, no coração, uma fonte de esperança, de nobres ideais. É possível ser casto apesar dos apelos mundanos dos meios de comunicação social. A virtude da castidade torna o cristão apto para a prática das outras virtudes.. Entre todos os combates para os cristãos, os mais duros são os combates da castidade, onde as lutas são quotidianas, mas gloriosas as vitórias. A alma pura é o mais precioso tesouro do ser humano , a base de uma vida heroica, e a mais bela manifestação da semelhança com Deus. A pureza da alma é semelhante ao orvalho matinal que brilha como diamantes sobre as pétalas das flores que despertam. Jesus asseverou? “Bem-aventurados os puros, porque eles verão a Deus”.