As redes sociais, os vícios e os jovens

    Dra. Anna Lembke é uma, professora, escritora e médica psiquiatra americana, chefe da Clínica de Diagnóstico Duplo de Medicina de Dependência de Stanford na Universidade de Stanford. É doutora pela Escola de Medicina da Universidade de Stanford. Ela se tornou popular ao falar de vícios e transtornos de saúde mental de forma simples, acessível e esclarecedora. É uma das mais respeitadas especialistas em dependência química da atualidade. (Segue em parte entrevista a VEJA, Anna Lembke).

    Acho que a dependência é a praga moderna. Nos “drogamos” quase todas as formas de experiência humana. Não falo de dependência apenas em substâncias, mas também em comportamentos e, especialmente, em tecnologia. Esse será o principal problema do nosso tempo. Eventualmente vamos resolver isso porque os humanos são bons nisso, mas vai levar muito tempo e muito sofrimento antes de conseguirmos.

    É inerentemente humano e saudável querer se conectar com outras pessoas. Somos criaturas sociais, programadas para isso. O que as redes sociais fizeram foi explorar a conexão humana até seus elementos mais viciantes. Agora, o que temos é a ilusão de conexão quando, na verdade, o que estamos fazendo é consumindo uma droga. Vemos um aumento enorme em depressão, ansiedade e tendências suicidas entre os jovens e isso está diretamente correlacionado com o quanto tempo estão passando online.

    Se olharmos temporalmente, dá para ver que o aumento dos problemas de saúde mental seguiu o surgimento da internet e dos dispositivos portáteis. Existe uma forte correlação entre a quantidade de tempo online e os problemas de saúde mental. É um indicador forte de causalidade.  A internet, as redes sociais e as mídias digitais ativam o mesmo caminho de recompensa que as drogas. Com o tempo, as pessoas precisam de mais e mais e, mesmo quando percebem, não conseguem parar.

    As plataformas têm culpa e devem ser responsabilizadas pelos danos causados. Elas têm a absoluta obrigação de criar produtos mais seguros, especialmente para crianças e adolescentes. Precisam alertar as pessoas de que seus produtos são viciantes, assim como os cigarros, que tem advertências nas embalagens e não podem ser comprados por crianças. Essa é uma analogia apropriada.

    Devemos começar focando nas crianças e adolescentes, que são as populações mais vulneráveis. Isso inclui parar de rastrear crianças, não usar seus dados, evitar algoritmos que entreguem conteúdo difícil de recusar e impedir notificações nos períodos da noite ou em horário escolar, por exemplo. É preciso garantir que os pais tenham a capacidade de controlar o que os filhos acessam sem que seja necessário ser um expert em computação. Agora, é preciso enfatizar que é uma responsabilidade compartilhada. Hoje, apenas os pais e professores carregam esse fardo, mas o governo e as corporações que lucram também precisam ser responsabilizados, isso precisar ser ampliado.

    Existe alguma filosofia, hoje, que possa ajudar nesse processo? Dra. Anna Lembke, responde que sim. Se você olha para textos filosóficos ou teológicos antigos, é possível encontrar muita sabedoria que a neurociência agora confirma ou corrobora. Há muita sabedoria que nós conhecemos, mas esquecemos. (Entrevista em parte a VEJA, Anna Lembke.- https://veja.abril.com.br/ciencia/autora-de-nacao-dopamina-psiquiatra-critica-descriminalizacao-de-drogas

    Não podemos esquecer da atenção, presença amorosa, exemplo de comportamento dos adultos, a busca de conhecimento sobre o assunto, atividades físicas, esporte, jogos pedagógicos, terapia, lazer, turismo histórico (conhecer cidades histórica e museus), turismo religioso (conhecer Santuários, Igrejas Históricas, Mosteiros e Caminhos de Peregrinações), buscar profunda sabedoria na espiritualidade. Todo esse contexto flui o bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual.

    Prof. Dr.  Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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