O Menino Jesus, Maria e José são figuras que estão no centro da manjedoura, sendo que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo. A celebração solene e comovedora do nascimento do Filho de Deus quer ser a afirmação da nossa fé no mistério de Jesus, que desceu do céu e se encarnou na história da humanidade. A Mãe Igreja quer ressaltar-nos, e não deixar dúvida, de que a verdadeira luz que ilumina todo homem é Cristo, sem esquecer-se de que a própria Igreja destaca um profundo sentimento pelo presépio do Menino Jesus, que carrega consigo uma bela marca cultural da tradição medieval, impressa na memória dos cristãos.
Na fragilidade de uma criança, que exulte feliz a humanidade, no clima alegre e esperançoso do Natal do Senhor, favorecendo-lhe um bom e grande mergulho no projeto de Deus. Para que essa esperança não seja passageira, somos convidados a contemplar o contexto misterioso da manjedoura, mas numa atitude de louvor e súplica. Contemplar, repito, o mistério do amor de Deus pela pessoa humana, visivelmente expresso na estribaria de Belém, com toda sua força simbólica, é claro, quer falar-nos de mudança e disposição interior.
Que Deus nos dê a graça de perceber o paradoxo do Natal, grande, inaudito, único e maior razão da nossa existência, mistério de esperança. Quando José e Maria encontram as portas fechadas na hospedaria da cidade, têm que se deslocar da localidade, indo à periferia, onde Jesus nasceu na manjedoura. Confiança generalizada para todos, como alhures já afirmamos: “Incessante e indissolúvel, que tem sua origem na vontade misteriosa da sua vinda ao mundo: da terra se confundir com o céu e o céu se confundir com a terra”.
É urgente contemplar o Menino Jesus como a grande boa-nova da esperança, colocando-o no íntimo do coração, na certeza de que nele e com ele iremos construir a Igreja sob o signo da alegria, da confiança e da esperança. Associados ao Papa Francisco, rezemos confiantes pela paz no mundo, no silêncio, diante do presépio, quando ele afirma: “Jesus aproxima-se de nós com amor, humildade e ternura” (24/12/2017). Que a fragilidade de um recém-nascido, por Maria, portadora da verdadeira paz, indique-nos o caminho da verdadeira vida, herança maior inaugurada pelo Menino Jesus. Amém!