As vitrines das lojas já começam a apresentar brilhos com enfeites de Natal. O comércio se prepara para o momento propício de faturamento. O clima, também com ares de fim de ano, vai mudando aos poucos, provocando uma sensação de festas, de presentes, de viagens e de encontros familiares. Conseguimos até nos esquecer de que vivemos situação de arroxo e desafios na economia do país.
Os cristãos fazem um caminho de preparação durante quatro semanas, que chamamos de Advento, para celebrar com qualidade as festas natalinas. Natal é aniversário do nascimento de Jesus Cristo, da presença de Deus que se faz homem, divinizando o humano e humanizando o divino. Jesus veio como esperança de luz para todas as nações, muito mais para os dias de hoje.
Todo esse clima de Advento e Natal deve ser oportunidade privilegiada de encontro com a Pessoa de Jesus Cristo, superando a mera cultura do consumismo. O verdadeiro presente deve ser o Senhor da história, Aquele que dá sentido autêntico para a vida das pessoas. É Nele que as famílias devem alimentar seus momentos de confraternização e de celebração das festividades de fim de ano.
Quando dizemos que Jesus Cristo é a luz para um mundo novo, um Brasil mais humano significa que não podemos caminhar na escuridão. Sinto que o nosso processo educativo brasileiro está muito confuso, tendente a deixar o povo na escuridão e incapaz de uma crítica libertadora. Quanto mais nos distanciamos dos princípios orientadores do Evangelho, mais ficamos na confusão.
Não podemos ser desatentos àquilo que é essencial, porque provocamos a destruição e caímos num mundo de “dilúvio”. Foi o que aconteceu com o povo do Antigo Testamento, no tempo de Noé, conforme o relato bíblico. Foi um fim de sacrifício, mas também de recuperação de forças e reanimação da coragem dos sobreviventes. Será esse o caminho por onde passa o Brasil?
No meio de tanta confusão, de graves desmandos, falta de testemunho e autenticidade por todos os lados, o Advento e o Natal devem ser espaço de esperança, de mostrar que um mundo diferente é possível. Para isso é preciso superar a ordem social violenta, transformando as armas injustas e destruidoras em instrumentos de trabalho, colocando o projeto de vida como meta a atingir.