Na primeira quinzena de agosto, incluindo o dia 15, Festa da Assunção de Nossa Senhora, perpassa por todo o Triângulo Mineiro uma profunda religiosidade popular mariana, com o título de Nossa Senhora da Abadia. Milhares de devotos se deslocam de suas residências para as diversas paróquias com esta espiritualidade, cumprindo promessas e pedindo a Deus sua benção através de Maria.
A devoção à Mãe de Deus é um marco referencial para a fé de muitas pessoas. Maria acolheu as propostas do Reino de Deus e se tornou fonte de espiritualidade para os seus devotos. Com isto, a Festa se torna uma expressão de forte solidariedade entre os fieis e, deles, para com aquela que se tornou a primeira a crer nas promessas de Deus, dando à luz o Salvador da humanidade.
Nas expressões de Maria, no canto do Magnificat, ela explicita que Deus recorre aos humildes para realizar suas grandes obras. Talvez seja a simplicidade dela que atrai multidões para os diversos santuários marianos, não só no Brasil, mas em todo o mundo. O gesto de humildade é causador de vida autêntica e feliz.
Em Maria, Mãe de Jesus, o povo reconhece a humanidade do próprio Deus, que se fez homem, habitando em nosso meio. Ela se torna o caminho de ternura, de carinho e de intimidade com seu Filho. Na sua simplicidade, o Senhor muda o rumo da história, fazendo nascer o “Emanuel, Deus conosco” (Is 7, 14).
Na humildade de Maria acontece a grandeza de Deus e a elevação do ser humano, a possibilidade tangível da Salvação. Acontece aquilo que a cultura moderna não consegue entender e nem absorver. É o mistério da encarnação do Verbo e da ação de Deus no mundo. Só entende quem vive na dimensão do dom e riqueza da fé.
Em tudo aparece a pedagogia divina. Na verdade Deus se apoia nas limitações humanas para realizar a obra da redenção, escolhendo o que é insignificante aos olhos do mundo. No caminho da humildade Ele realiza o triunfo da vida, a eternidade.