Se atendêssemos ao que dizem na televisão, segundo os comerciais, a vida seria feliz e fácil para todos. Mas a realidade é bem diferente no nosso cotidiano de caminhada, neste vale de lágrimas, rumo ao céu. Para muitas pessoas, a vida é difícil, muito difícil. No trabalho e em casa. E, de vez em quando, surgem outros problemas: uma doença, uma morte, um membro da família que deixa o lar, a questão das drogas, erva daninha que danifica a moral do tecido social e familiar, a questão do ser, do ter e do prazer desvairado… Todos nós gostaríamos de encontrar a resposta mágica que transformasse nossa vida num remanso de paz sem nada que nos preocupasse e que nos conservasse distantes dos problemas e de tanto trabalho.
A primeira leitura do vigésimo oitavo domingo do Tempo Comum nos fala de uma pessoa que se dirige a Deus para pedir sabedoria. Em vez de ligar a televisão ou o rádio, ela permanece em silêncio, coloca seu coração em Deus e suplica que lhe dê sabedoria. Essa pessoa sabe o que está fazendo. Compreende que a sabedoria é mais importante que o poder e a riqueza. Até mesmo mais importante do que a beleza e a saúde. Porque uma pessoa sábia entende como ser feliz e viver em plenitude no meio dos acontecimentos da vida do dia-a-dia. Aquilo que para os outros é grave problema, para o sábio é apenas ocasião para amar mais, melhorar seus relacionamentos e se abrir a novas realidades. Numa palavra, para viver melhor.
O Evangelho conta uma história que fala também da sabedoria. Um homem se aproxima de Jesus. Está preocupado em alcançar a vida eterna e pergunta a Jesus o que deve fazer. Já cumpre os mandamentos. Todos. Jesus, então, lhe abre novos horizontes. Se quiser ser feliz de verdade, possuir a vida eterna, tem que deixar tudo, ficar sem nada e centrar-se apenas no que vale a pena: seguir Jesus. É um grande desafio. Porque, para alcançar a verdadeira sabedoria, é preciso tornar relativo tudo aquilo que se tem. A vida não está nos objetos que possuímos, nem no cumprimento de todos os mandamentos. A verdadeira sabedoria está em reconhecer que tudo é um dom, um presente que Deus nos faz. E apenas quando nos voltarmos para Ele com as mãos vazias, seremos capazes de acolher esse dom enorme que é a felicidade ou a vida eterna.
Para os ricos, é difícil seguir por esse caminho. Estão muito preocupados com as coisas que têm. Passam os dias pensando como podem ter mais e como defender melhor os seus bens. Sentem-se ameaçados pelos outros. Eles os veem como ladrões que querem roubar o que é seu. Apenas quando forem capazes de se livrarem das coisas que têm, descobrirão no rosto do outro um irmão ou irmã e, dessa forma, perceberão que a felicidade está no encontro fraterno com os outros. Todos como irmãos entre nós e como filhos de Deus.
Que nos assista na busca da sabedoria de Deus a Bem Aventurada Virgem Aparecida, que do seu Trono Sagrado da Colina Santa de Aparecida, continue abençoando o nosso Brasil e que, particularmente, as classes políticas, empresariais e sociais pensem mais no Brasil e na sua gente. Que a sabedoria divina nos alumie nossa alma para escolhermos as coisas de Deus e vivermos a liberda