Todas as pessoas são transeuntes e passageiras pela terra. A vida passa, mas a sua dinâmica deve ser de construir uma sociedade de justiça e de paz. A injustiça e a guerra infalivelmente matam, eliminando de sua história as bênçãos divinas. Não é este o projeto do Criador porque a humanidade passa a se esquivar da real responsabilidade diante das propostas de Deus.
Não podemos entender a vida como um “ninho” de proteção e de bem-estar, sem compromisso social e de responsabilidade com o outro. É por isto que a palavra “transfiguração”, como está no cenário bíblico, implica mudança de atitudes para fazer acontecer o bem e a harmonia desejados por todos, isto é, uma vida com dignidade e respeito, de valor humano e divino.
Em tempo de quaresma, as pessoas são convidadas a ouvir atentamente o som da fraternidade, da conversão e da transformação de vida. E sabemos que não é saudável investir na realização do mal e na violência, sendo desonesto uns com os outros. Esta é uma política de destruição, trazendo consequências drásticas para a vida pessoal e social.
Interrogando-nos, como é o nosso estilo de vida, de cidadãos, de políticos, de lideranças etc.? Temos o senso e a prática da liberdade no seu verdadeiro teor, rompendo com determinadas ações egoístas, apegos exagerados em valores que não são importantes? Podemos estar construindo uma vida contra nós mesmos!
Um mundo transfigurado deve estar apoiado na certeza da não exploração e voltado para a mobilização e construção de uma sociedade totalmente nova. Isto exige perseverança das lideranças bem intencionadas, não se deixando sucumbir diante das dificuldades e nem podem ficar tímidas no cumprimento de suas verdadeiras tarefas.
A pessoa transfigurada consegue irradiar confiança e passa a agir de modo permanente e corajoso para construir a sociedade almejada. O transcurso disto se faz na simplicidade, na confiança e não no espírito de derrota. Isto significa dizer que a vida triunfa sobre a morte, porque ela é um permanente caminhar sem egoísmo e sem acomodação.