A JMJ 2025 e o testemunho inesquecível de 2013: juventude, fé e missão

    Neste mês em que a juventude católica do mundo inteiro se mobiliza para viver mais uma edição da Jornada Mundial da Juventude, agora em 2025, não posso deixar de recordar com alegria e gratidão a Jornada de 2013, que marcou profundamente a história recente da Igreja no Brasil e continua produzindo frutos de esperança, vocações e testemunho cristão em nossas comunidades.

    A Jornada Mundial da Juventude é mais que um evento. É uma verdadeira escola de discipulado e missão, onde jovens de diferentes culturas se unem pela mesma fé, partilham sonhos, rezam juntos e renovam sua entrega a Jesus Cristo e à Igreja. A cada edição, o Espírito Santo sopra sobre a juventude católica, renovando rostos, corações e estruturas.

    Em 2013, tivemos a graça de receber no Brasil, mais precisamente no Rio de Janeiro, a JMJ que ficou marcada como um divisor de águas na evangelização da juventude. Foi também a primeira viagem internacional do Papa Francisco, poucos meses após sua eleição. E que impacto ele causou! Com sua simplicidade, ternura e firmeza no anúncio do Evangelho, Francisco conquistou os corações dos jovens, exortando-os: “Ide, sem medo, para servir!”.

    Como arcebispo metropolitano de Maringá à época, tive a alegria de participar intensamente da preparação e da celebração da JMJ. Mais do que acompanhar, pude testemunhar e me deixar envolver pela energia transformadora dos jovens. Um dos momentos que se tornou inesquecível — e que até hoje me rende sorrisos e recordações — foi o famoso flashmob, preparado para acolher o Papa. Sim, participei da coreografia com entusiasmo, movido pelo desejo de estar junto da juventude em sua linguagem, em seu ritmo, em sua expressão. E foi justamente isso que tocou a tantos: quando os pastores dançam com as ovelhas, a alegria é ainda maior e a comunhão se fortalece.

    A dança, mais do que performance, foi um gesto profético. Mostrou que o Evangelho pode — e deve — ser vivido com leveza e beleza. Mostrou que os nossos jovens não precisam de discursos distantes, mas de exemplos vivos. Quando líderes da Igreja, padres, religiosos e bispos se unem aos jovens em suas linguagens — como danças, mutirões, peregrinações, projetos sociais — o anúncio do Reino ganha força.

    Esse foi o grande ensinamento da JMJ Rio 2013: evangelizar é caminhar juntos, escutar, propor, rezar e sorrir. É mostrar que a fé não é peso, mas caminho de liberdade.

    Agora, doze anos depois, a Jornada Mundial da Juventude se realiza novamente, desta vez fora do Brasil, mas não fora do nosso coração. Mesmo não podendo sediar o evento, as dioceses e paróquias brasileiras são chamadas a participar com empenho, criando atividades locais, vigílias, transmissões ao vivo, momentos de oração e partilha. É essencial que a juventude se sinta conectada a esse grande movimento universal da fé.

    Convido especialmente os párocos, religiosos, seminaristas e bispos a encorajarem essa participação. Que não nos limitemos ao virtual, mas criemos espaços de encontro real, de missão, de escuta. Que os jovens sintam que esta JMJ é também deles, aqui, onde estão.

    Lembro com carinho dos frutos vocacionais da JMJ 2013. Muitos jovens iniciaram seus processos de discernimento vocacional após aquele encontro. Algumas vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e ao matrimônio nasceram ali. A Jornada é terreno fértil para o chamado de Deus florescer.

    Que a JMJ 2025, neste contexto de preparação para o Jubileu da Esperança em 2025, seja também uma oportunidade para a juventude brasileira se reanimar. E que, inspirados por Francisco e pelo Espírito Santo, possamos “levantar-nos com pressa” como Maria, para anunciar com coragem a Boa Nova.

    Aos jovens de hoje, repito com alegria: vocês são protagonistas da missão! A Igreja conta com vocês. Que a JMJ 2025 seja ocasião de renovar o ardor, fortalecer a fé e acender novos sonhos. E que nós, pastores e formadores, tenhamos a coragem de seguir dançando com vocês — não apenas nos gestos, mas na alegria da entrega e do amor que transforma.

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