A Igreja passa pelo mundo fazendo o bem!

    Neste sábado, tempo de quarentena devido a pandemia celebrei a missa que tenho costume de fazer todos os sábados pela manhã na transmissão “Rio Celebra”. Antes, cada sábado era de uma igreja da arquidiocese, agora, durante este tempo, da nossa Capela N. Sra. da Conceição, na residência dos arcebispos do Rio de Janeiro. Diante de um mundo mudado, pois a Assembleia não está presente, mas é a possibilidade de chegar à casa de milhares graças aos meios de comunicação. Olhando as poucas pessoas que passam na rua com máscaras e outras proteções e com nossas ruas e praças vazias vem a reflexão da importância da providência de Deus que tornou possível a nossa presença nos meios de comunicação, tanto os tradicionais como as modernas mídias digitais que tanto nos têm auxiliado. Em bom momento o incremento do trabalho da Pascom foi implementado e vemos como tudo foi providencial para este momento da história. Nesta semana, ontem, no dia 01 de maio, a Rede Vida de Televisão, completou 25 anos quando ela teve a sua primeira missa celebrada, antes de iniciar oficialmente a programação oficial. Portanto, o primeiro ato da Rede Vida foi uma Missa celebrada em seus estúdios de São José do Rio Preto, SP. O primeiro ato, antes da programação oficial da Rede Vida foi, portanto, a missa. Por isso vemos a importância dos Meios de Comunicação Social que levam as celebrações, catequeses, conferências, reflexões sobre a nossa fé católica. Essa companhia dos meios de comunicação tem levado muitas pessoas, neste tempo de distanciamento social, tem sido de ajuda e de consolação para as pessoas. Cumprimentamos todas as pessoas que fizeram a Rede Vida nestes seus 25 anos de presença evangelizadora no Brasil.

              No dia de São José, o carpinteiro, que foi também a primeira sexta-feira do mês, iniciamos o mês de maio: mês de Maria. O Papa nos convida a rezar ainda mais o terço pessoalmente, em família ou em comunidade através dos meios de comunicação nas várias intenções, especialmente pelo fim da atual pandemia causada pelo corona vírus e nas intenções de todos os que trabalham nas áreas da saúde e pelas pessoas que sofrem na diversidade de situações que vivem.

    Neste mês de maio saibamos cada vez mais e melhor rezando o terço todos os dias. O Papa Francisco sugeriu duas orações, que ele mês compôs, para o final do terço. É o apelo do Santo Padre, o Papa Francisco para fazer a experiência da contemplação e da meditação rezando o terço todos os dias. Neste mês, pelo sistema de comunicação da arquidiocese, iremos rezar com as igrejas marianas o terço de Nossa Senhora, em comunhão com o Papa Francisco e com a Igreja em todo o mundo. A Virgem Maria há de nos auxiliar a encontrar caminhos para vencer a pandemia.

              Celebramos ontem, no dia primeiro de maio, o dia do trabalhador: peçamos a intercessão de São José, trabalhador, neste momento de grave crise econômica, para que todos os que estão empregados continuem tendo emprego e renda e que todos os que os estão desempregados possam ter a possibilidade de emprego e renda com dignidade. Junto com a proteção do homem justo que foi São José, celebramos a primeira sexta-feira do mês, pedindo a proteção do Sagrado Coração de Jesus em favor de todo o mundo do trabalho, pedindo pelos empresários, pelo mundo da indústria e por todos os trabalhadores.

              Colocamos das intenções, que são tantas, por todos os que partiram deste mundo. Lembramos dos familiares que não podem fazer os funerais para despedir-se de seus entes queridos. Que Deus console todas estas pessoas que fazem experiencia de dor e de sofrimento. Deus acolha na sua glória, todos os falecidos!

              Rezamos muito pelos médicos, enfermeiros, pelos que estão nos hospitais para salvar as vidas. São verdadeiros heróis em tempos de pandemia. Rezemos pelos cientistas para que encontrem a cura e a vacina para essa doença.

              Celebramos neste sábado o Bispo e Doutor da Igreja, Santo Atanásio: alguém que nasceu no fim do século III que tanto trabalhou contra a heresia do seu tempo e procurou servir à Igreja mesmo em meio as perseguições. Como Bispo de Alexandria no século IV, foi grande defensor, contra os arianos, da verdade da plena divindade de Cristo. A sua insistência nesta doutrina central de nossa fé suscitou muita oposição, o que o levou a ser exilado de sua diocese várias vezes. Este Santo Bispo teve uma grande presença no Concílio de Nicéia. Cada santo com a sua característica levou adiante a missão e a vida da Igreja. Ele também escreveu a vida de Santo Antão que foi um belo exemplo para a vida da Igreja trazendo assim a espiritualidade monástica do oriente para o ocidente. Encontramos figuras importantes em todos os tempos da Igreja: diante da heresia ariana Santo Atanásio defendeu a divindade de Jesus. Sempre tivemos na igreja o exemplo de homens santos e que sofreram perseguições. O Espírito Santo atua na vida da Igreja iluminou Santo Atanásio que viveu santamente a vida que trouxe iluminações para a nossa vida e para a nossa fé.

              Em tempos tão difíceis somos convidados a viver em unidade contra o inimigo comum! Devemos responder com solidariedade e fraternidade a tantos ódios, incompreensões, maldades em que vivem o mundo atual. Procuremos Jesus, o Ressuscitado, que é o caminho, a verdade e vida!

              Neste sábado, na liturgia da palavra, concluímos o capítulo 6º de São João (depois de termos escutado a multiplicação dos pães, Jesus caminhando sobre as águas e o discurso do pão da vida durante esses últimos 8 dias). A Eucaristia como pão da vida é o centro do capítulo 6º. Nesse tempo em que estamos privados da comunhão devido a não aglomeração em nossas Igrejas, colaborando assim com as autoridades sanitárias; a nossa privação da presença na eucaristia aumenta mais ainda a nossa fé, e, quando for possível receber a Santa Eucaristia voltaremos com mais entusiasmo para recebe-la e participar com nossas comunidades.

              Vivemos agora em um tipo especial de assembleia muito comum nos dias hoje quando tudo se faz através das mídias: o povo acompanhando e rezando conosco de suas igrejas domésticas, neste tempo de “exílio”. Quando for possível iremos voltar com entusiasmo para o templo e participar da Eucaristia. Hoje faremos a nossa comunhão espiritual pois Jesus está presente no meio de nós, Senhor da nossa vida.

              Jesus, no Evangelho de hoje (cf. Jo 6,60-69), depois da constatação que alguns discípulos deixavam de andar com Jesus pois tinham achado que o que Jesus em ensinava era uma palavra muito dura e difícil, Jesus chama à fé aqueles que o acompanhavam.

              Como compreender que Jesus era o “pão da vida”? Hoje é fácil para nós essa compreensão! Porém, na época aqueles que escutaram Jesus ficaram escandalizados. Deixaram de acompanhar Jesus. Seguir a Jesus Cristo supõe adesão, experimentar em nossa vida é crer e comprometer cada vez mais como Senhor. Por isso mesmo, quando Jesus vê que alguns não mais O seguem Ele dá uma Palavra de liberdade: querem ir embora também vocês?. “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la? Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: ‘Isto vos escandaliza?” (cf. Jo 6,60-62)

              Pedro tem uma palavra: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”(cf. Jo 6,68-69).

              Para quem tem fé não existe outro caminho: só Jesus Cristo é o nosso Senhor. Para quem tem fé o único jeito de viver é o Senhor. Mesmo os que não tem fé, ao ver o testemunho cristão, aos poucos desenvolve a consciência de que Jesus é o caminho que leva ao Pai. Vemos isso hoje diante da solidariedade que se instala no coração das pessoas que se ajudam nestes difíceis tempos. Diante das dificuldades e dos problemas devemos reafirmar hoje que o único caminho a trilhar é o do Senhor Jesus: crer nesta Palavra que o Senhor nos fala através das Escrituras, da Igreja, que Jesus Cristo é o Nosso Senhor e Redentor. Em nosso mundo de hoje, em meio às descrenças, sofrimentos reafirmamos a nossa fé: Jesus Cristo é o caminho, a verdade e a vida.

              Nessa palavra de Simão Pedro: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus” (cf. Jo 6,68-69) está a Igreja toda. Nosso compromisso é com o Senhor, com a Palavra de Deus que nos conduz. Vivendo agora o exílio, o sofrimento, a dor e a privação vamos viver junto com o Senhor presente no meio de nós.

              Esse mesmo Pedro que foi o primeiro Papa, que confirmou os irmãos na fé, na primeira leitura deste dia, ele aparece evangelizando. A Igreja consolidava-se e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo. Depois do início da perseguição a dispersão dos discípulos levou a evangelizar outras regiões.  Nos Atos de Apóstolos (cf. At 9,31-42) vimos já alguns atos de Felipe e hoje lemos os atos de Pedro levando a Palavra de Deus com a cura de Eneias e fazendo voltar a vida de Tabita – a Igreja continua a missão de Jesus.

              A missão da Igreja é passar pelo mundo fazendo o bem, levando vida para as pessoas. Não com espetáculo. Pedro não quis o espetáculo: “Assim que chegou, levaram-no ao andar superior, onde todas as viúvas foram ao seu encontro. Chorando, elas mostravam a Pedro as túnicas e os mantos que Tabita havia feito, quando vivia com elas. Pedro mandou que todos saíssem. Em seguida, pôs-se de joelhos e rezou. Depois, voltou-se para o corpo e disse: ‘Tabita, levanta-te!’ Ela então abriu os olhos, viu Pedro e sentou-se. Pedro deu-lhe a mão e ajudou-a a levantar-se. Depois chamou os fiéis e as viúvas e apresentou-lhes Tabita viva”(cf. At 9,39-41).

    Pedro estava sozinho ou talvez com alguns apóstolos. Assim a Igreja passa levando a vida para as pessoas. Esta missão de Pedro é a nossa: esta é a missão do Santo Padre e em todos os cantos do mundo. Aqui no Rio de Janeiro a Igreja está presente junto aos que sofrem. Ela alimenta os que não tem alimento e é generosa na partilha, mesmo que não seja notada. Nem sempre as pessoas sabem o que acontece. A Igreja passa a vida fazendo o bem! A Igreja continua a sua missão de Jesus. A missão de Pedro, por onde passou leva a vida. A missão da Igreja é esta.

              Esta água que no Antigo Testamento saía do templo e percorria por regiões áridas levando vida, simboliza a água viva que sai da Cruz de Cristo e leva vida para todos: é a nossa missão como Igreja. A Igreja é servidora.

    Neste tempo de Páscoa, em que proclamamos que Ele, o Ressuscitado está vivo, continuamos proclamando como Pedro: Só tu tens palavras de vida eterna. Passemos a vida fazendo o bem! Na busca da verdade, na caridade e misericórdia façamos o bem a todos para, com Cristo, vencer o mal e a maldade humana, amém! A Igreja passa pelo mundo fazendo o bem!

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