A graça bastará a Dom Edson!

    Um bispo sempre é escolhido, no meio do presbitério, para o serviço ao povo de Deus e para o exercício do governo de uma Igreja Particular. Os bispos auxiliares, como primeiros colaboradores do bispo diocesano, passam por este período de ajuda fundamental ao governo das grandes metrópoles, ou mesmo de bispos em idades mais adiantadas ou adoentados, mais é sempre um tempo provisório, para depois poder, de maneira plena, exercer completamente o seu múnus episcopal próprio de ensinar, reger e governar uma Diocese.
    Deus retirou do coração do clero da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro um de seus mais capacitados teólogos: Dom Edson de Castro Homem. Agora somos nós que, por graça da ação apostólica petrina do Papa Francisco, que damos um valioso presente como Bispo Diocesano, nosso querido irmão no Episcopado, Dom Edson de Castro Homem que irá reger a Igreja de Iguatú, no Ceará.
    Dom Edson, depois de ter estudado filosofia e teologia no nosso Seminário Arquidiocesano São José, teve a sua ordenação sacerdotal celebrada em 18 de outubro de 1977, no Rio de Janeiro, pelo Cardeal Eugênio de Araújo Sales. Sempre dado para os estudos e para a área acadêmica foi enviado pela Arquidiocese para complementar seus estudos na cidade Eterna, sendo que obteve o doutorado em Teologia Espiritual, em 1981, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma. Posteriormente obteve, também, o doutorado em Filosofia na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, concluído em 2004.
    Na área acadêmica Dom Edson destacou-se como festejado professor de Teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, no Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese, no Instituto de Filosofia e Teologia de São Bento; e professor de Filosofia no Instituto de Filosofia João Paulo II e na Universidade Católica de Petrópolis.
    O exercício de suas atividades pastorais foram múltiplas, tendo exercido os ofícios de pároco nas Paróquias Nossa Senhora Reparadora, (hoje Nossa Senhora das Dores), em Inhaúma; Maria Mãe da Igreja e São Judas Tadeu, em Padre Miguel; Nossa Senhora da Luz, no Alto da Boa Vista e São Lourenço, em Bangu. Foi diretor do Instituto Superior de Teologia da Arquidiocese do Rio de Janeiro e diretor espiritual do Seminário Menor do Rio de Janeiro. Dom Edson foi prefeito de disciplina do Seminário Maior da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Coordenador da Comissão para o Diaconato Permanente e Assistente Eclesiástico dos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Foi membro da Comissão Arquidiocesana para a Doutrina da Fé, do Conselho de Pastoral da Arquidiocese e do Colégio dos Consultores.
    Reconhecendo as suas múltiplas virtudes espirituais e morais São João Paulo II o escolheu bispo, em 16 de fevereiro de 2005, para Auxiliar do Arcebispo do Rio de Janeiro, concomitantemente facultando-lhe a sede titular de Mutia. A sua sagração episcopal foi no dia 12 de março de 2005, na cidade do Rio de Janeiro, sendo sagrante principal Dom Eusébio Oscar Cardeal Scheid e co-consagrantes Dom Eugênio de Araújo Cardeal Sales e Dom Frei Alano Maria Pena, OP. Dom Edson escolheu como lema de vida episcopal: Sufficit tibi gratia.
    Como bispo auxiliar do Cardeal Scheid e, nos últimos seis anos, nosso, foi animador dos Vicariatos Episcopal Urbano e de Jacarepaguá. Animador do Diaconato Permanente, da Associação Cultural, das Faculdades Católicas, do Instituto Superior de Direito Canônico, da Assistência Religiosa ao Menor Privado de Liberdade, de cursos de Doutrina Social e da Pastoral do Menor no Regional Leste I da CNBB. Foi, no passado, diretor do Instituto Superior de Teologia e do Instituto Superior de Ciências Religiosas.
    A sua grande capacidade teológica pode ser sentida na sua dedicação para os meios de comunicação social da Arquidiocese: é o editor chefe do jornal Testemunho de Fé, nos brindado semanalmente com os seus inteligentes e sagazes editoriais. Na Rádio Catedral, desde a sua fundação, apresenta, diariamente, o programa o Santo do Dia, repetido várias vezes e que agrada muito a todos os ouvintes da Arquidiocese e em todos os quadrantes em que a rádio tem penetração pelas suas ondas, em todo o Estado. Na Quaresma deste ano nos brindou com cinco profundas catequeses quaresmais. A sua capacidade teológica enriqueceu, profundamente, a caminhada pastoral de nossa Igreja Metropolitana.
    É hora de ação de graças! É hora de agradecer a Deus os muitos dons que Dom Edson desenvolveu em favor da ação evangelizadora da Igreja do Rio de Janeiro que o ordenou presbítero e o viu retirado para ser Bispo Auxiliar. Como todo Bispo Auxiliar, depois do seu tempo de ajuda necessária, serena, prudente, em profunda comunhão com o Arcebispo Metropolitano, e disso damos testemunho da comunhão, da unidade de Dom Edson para com o nosso governo, queremos dizer-lhe muito obrigado.
    Agora Dom Edson Vossa Excelência Reverendíssima é o Pastor próprio da Igreja Particular que peregrina em Iguatú, no Ceará. Deus nos deu o senhor de presente. Agora nós o damos de presente para esta importante Igreja Particular.
    Como Bispo Diocesano lembre-se sempre das sábias palavras do Papa Francisco, a nós bispos reunidos aqui no Rio de Janeiro, na JMJRio 2013. Ademais, porque como teólogo e professor de vários ateneus cariocas Dom Edson pode testemunhar o que pede o Papa Francisco aos bispos, que são os primeiros evangelizadores e regentes da vida diocesana: “Quanto à missão, há que lembrar que a urgência deriva de sua motivação interna, isto é, trata-se de transmitir uma herança, e, quanto ao método, é decisivo lembrar que uma herança sucede como na passagem do testemunho, do bastão, na corrida de estafeta: não se joga ao ar e quem consegue apanhá-lo tem sorte, e quem não consegue fica sem nada. Para transmitir a herança é preciso entregá-la pessoalmente, tocar a pessoa para quem você quer doar, transmitir essa herança. Quanto à conversão pastoral, quero lembrar que «pastoral» nada mais é que o exercício da maternidade da Igreja. Ela gera, amamenta, faz crescer, corrige, alimenta, conduz pela mão… Por isso, faz falta uma Igreja capaz de redescobrir as entranhas maternas da misericórdia. Sem a misericórdia, poucas possibilidades temos hoje de inserir-nos em um mundo de «feridos», que têm necessidade de compreensão, de perdão, de amor”.
    Caro Dom Edson: como Bispo Diocesano Vossa Excelência deverá, no tríplice múnus de seu ofício ser o primeiro que quer doar a sua vida, transmitir esta herança de nossa fé católica que deve fazer o clero e o amado povo de Deus de sua nova Igreja Particular ser amamentada, crescer e alimentar-se da Palavra de Deus e da celebração da Santíssima Eucaristia.
    O seu nome de batismo, o nome próprio Edson significa que Vossa Excelência é um homem sempre em alerta, ágil, de personalidade múltipla, sintonizada com o mundo ao seu redor. Deixando a etimologia de lado, temos consciência de que o seu lema episcopal: “A graça bastará!” será a força motriz de sua nova missão. Que nunca lhe falte a graça de Deus como Bispo Diocesano. Seja um bom pastor, o distribuidor da graça divina. Agradecidos pela sua missão episcopal aqui no Rio de Janeiro nestes dois lustros o enviamos como copiosa graça divina e presente da Igreja para a Diocese de Iguatú!