A carta aos Efésios é um texto que Paulo escreveu para as diversas comunidades dos arredores de Éfeso. Ele estava preso e teve notícias do surgimento dessas comunidades, de sua firmeza na fé, do amor que unia a todos na esperança, em meio às dificuldades. Ficou sabendo também de alguns riscos trazidos pelas filosofias do tempo que pregavam Deus afastado e ausente da vida humana; só através de entidades intermediárias é que se poderia ter acesso a Deus. Jesus não passaria de uma dessas entidades intermediárias.
O texto deste domingo pertence à ação de graças e súplica que Paulo fez a Deus por causa dessas comunidades. Dá graças pela fé e amor encontrados nos fieis. E suplica. O conteúdo da súplica é uma espécie de credo cristão. Pela fé e solidariedade, os cristãos penetram sempre mais no ser de Deus que está próximo e presente na comunidade. Contudo, é preciso conhecê-lo e conhecer a esperança para a qual a comunidade foi chamada.
São Paulo fala da glória de Deus e emprega outros termos como potência, eficácia. Poder e força, que ampliam a ideia da glória de Deus.
Longe de ser distante da humanidade, o Deus dos cristãos é um Deus cuja glória depende do fato de existir enquanto Deus da comunidade. A glória de Deus é uma ação concreta na história, na vida da comunidade cristã, que prolonga a morte e ressurreição de Jesus. Em Jesus, Deus fez conhecer sua glória, mostrando-se tão próximo à humanidade a ponto de eleger a comunidade cristã como o Corpo de Cristo, a plenitude de Cristo, que preenche tudo em todo o universo.
São Paulo não se refere a entidades intermediárias, simplesmente mostra às comunidades que existe um único Senhor, que realizou o projeto do Pai e que esse Senhor está presente na história e na vida dos fieis. A comunidade cristã é o espaço no qual se revela o projeto de Deus, a realeza absoluta de Cristo ressuscitado.