A busca da felicidade

    A amizade desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor.

    Joseph Addison (1672-1719), foi um poeta, ensaísta, dramaturgo e político inglês.

    A busca pela felicidade e pelo bem-estar acompanha a humanidade desde os seus primórdios, manifestando-se em rituais, mitologias, contos, lendas e reflexões filosóficas, religiosas como ideais de harmonia e plenitude.

    A antiga lenda de Atlântida exemplifica a busca por uma sociedade perfeita: uma civilização próspera, guiada por justiça e valores virtuosos. No entanto, na lenda, a prosperidade levou os atlantes à arrogância e à ambição, distanciando-os dos seus princípios fundamentais e resultando na sua ruína, pois a civilização foi punida pelos deuses e desapareceu em um cataclismo.

    A história de Atlântida é uma metáfora para os desafios da idealização da felicidade e do confronto com as limitações humanas. Assim como a perfeição imaginada de Atlântida, nossas vidas são inevitavelmente marcadas por rupturas e dificuldades. Entretanto, é a partir de um novo olhar sobre as dificuldades, necessidades e imperfeições que encontramos oportunidades de aprendizado, sentido e crescimento. A queda de Atlântida nos lembra que a verdadeira felicidade não reside na ausência de desafios, mas na forma como lidamos e crescemos com eles ao longo da vida.

    A busca pela felicidade é uma das aspirações humanas mais antigas e também se encontra entre as mais complexas e complicadas. Muitas vezes, construímos mitos, conceitos filosóficos e religiosos sobre o que significa ser feliz, basta observar o poder famigerado das influências nas redes sociais.

    Esses mitos culturais nos levam a acreditar que a felicidade está em alcançar marcos específicos, como uma promoção no trabalho, um casamento ideal ou a realização de metas pessoais ou na obtenção de bens materiais. Segundo os pesquisadores sobre a felicidade, Sonja Lyubomirsky e Eduardo Rieche nos alertam, contudo, que esses momentos de satisfação são transitórios e não conseguem sustentar uma felicidade duradoura. Sonja Lyubomirsky é uma professora e escritora americana de origem russa do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, Riverside e seu Ph.D. em Psicologia Social pela Universidade de Stanford. Eduardo Rieche é ator carioca premiado, também é escritor, tradutor e formado em Psicologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro-UERJ.

    Em momentos de puro prazer, alegria, tendemos a ignorar a existência da dor, na ilusão de eliminar os desconfortos, avaliamos a felicidade como momentos de contentamento. Já em momentos de dor, solidão e sofrimento, tendemos a avaliar que estamos fadados ao infortúnio ou à infelicidade. A felicidade existe, no entanto, a busca se encontrar na realidade interior, ela está conectada na interioridade e exterioridade, ou seja, no amor de si mesmo, no bem-estar íntimo, amizade, na posse da sabedoria, do conhecimento, da poesia, da terapia, do lazer, hobby, do desfrutar da natureza e da espiritualidade.

    Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral – CAP

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here