33º Domingo do Tempo Comum

    “O Senhor virá julgar a terra inteira, com justiça julgará”. (Sl 97/98)

     Celebramos neste domingo o Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum, o penúltimo domingo do ano litúrgico, que é também o IX Dia Mundial dos Pobres. No próximo domingo celebraremos a Solenidade de Cristo Rei, encerrando o Tempo Comum e iniciaremos a Campanha para a Evangelização. O ano litúrgico, diferentemente do ano civil, termina normalmente na penúltima semana de novembro (34ª semana do tempo comum), e o novo se inicia no último domingo de novembro (véspera do 1º domingo do Advento). Terminamos o ciclo dominical “C” (S. Lucas) e iniciamos o ciclo “A” (S. Mateus). Nesse último domingo, Cristo Rei, comemoramos o Dia do Leigo e também a Jornada Mundial da Juventude, que nós chamamos no Brasil como Jornada Diocesana da Juventude para distinguir da Jornada Internacional (a próximo será em Seul na Coreia do Sul em 2027).

    O tempo passa muito rápido. Precisamos aproveitar cada momento. Chega o tempo oportuno de fazermos a nossa revisão de vida, agradecendo a Deus por tudo o que vivemos ao longo deste ano e pedindo suas bênçãos para o próximo. Ao iniciarmos o Tempo do Advento, daqui a duas semanas, somos convidados a nos aproximar do Sacramento da Confissão, pedindo perdão a Deus pelos pecados cometidos e fazendo o propósito de não cairmos nos mesmos erros no ano que virá.

    No início do Advento (até o dia 16 de dezembro) e no final do tempo comum, a Liturgia da Palavra é escatológica, ou seja, fala sobre o fim dos tempos — nada que deva nos assustar ou causar medo, mas sim nos alertar para que estejamos sempre vigilantes e preparados para o dia do nosso encontro com o Senhor. A escatologia não trata apenas do fim de tudo o que existe, mas também do nosso próprio fim, ou melhor, do nosso encontro com Deus.

    Neste domingo, a Igreja celebra o IX Dia Mundial dos Pobres, com o tema: “Tu és a minha esperança” (Sl 71,5). Com essa celebração, a Igreja deseja que voltemos o nosso olhar aos mais vulneráveis do Reino. Mais do que uma data comemorativa, é um dia de reflexão e oração. Sigamos o exemplo de Jesus, que acolhia os pobres e os pecadores, e, como recorda o tema da mensagem do Papa para este dia, os pobres encontram sua esperança no Senhor.

    A Igreja, com esta celebração, não pretende exaltar a figura do pobre, mas nos convida a olhar com compaixão para essas pessoas e a nos unir aos esforços para combater a pobreza, sobretudo por meio da criação de empregos, moradias populares, saúde e educação de qualidade. Em nossa arquidiocese é a conclusão de uma semana intensa de reflexões e ações.

    A oração da coleta deste domingo nos diz: “Que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração.” Ou seja, que encontremos alegria em servir ao Senhor, sobretudo servindo-O nos mais pobres e infelizes. Aquilo que fazemos de bom aqui na terra, com certeza, receberá a recompensa na vida eterna.

    A primeira leitura deste domingo é da profecia de Malaquias (Ml 3,19-20a). O profeta adverte sobre o dia em que o Senhor virá e julgará cada um de acordo com as suas obras. Aqueles que praticaram o bem irão para a felicidade eterna, enquanto os que praticaram o mal e foram injustos com o próximo serão condenados ao fogo eterno. O Sol da Justiça nascerá para os que foram justos, mas permanecerá oculto para os que viveram na injustiça.

    Todos nós, ao morrermos, teremos o nosso encontro com o Senhor, e nesse encontro acontecerá o julgamento particular.

    O salmo responsorial é o 97 (98), cujo refrão nos diz: “O Senhor virá julgar a terra inteira; com justiça julgará.” O salmo proclama o dia em que o Senhor virá para julgar toda a terra, com justiça e fidelidade, e cada um será julgado segundo os seus atos. A intenção de Deus é salvar a todos. Ele quer que todos se salvem; por isso, no dia do julgamento, quem tiver se arrependido de seus pecados será salvo.

    A segunda leitura é da segunda carta de São Paulo aos Tessalonicenses (2Ts 3,7-12). Paulo exorta a comunidade a trabalhar pela construção do Reino de Deus. O anúncio do Evangelho é urgente e, num mundo tão turbulento como o nosso, é necessário proclamar Jesus Cristo com coragem e fidelidade.

    O trabalho dignifica o homem. A pessoa que trabalha torna-se exemplo para seus filhos, para sua família e para todos que a cercam. Que, com o suor do nosso trabalho, possamos construir um mundo melhor, mais justo e fraterno.

    O Evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 21,5-19). Algumas pessoas estavam observando o templo e admirando suas belas pedras. Jesus, então, lhes diz que chegará o dia em que “não ficará pedra sobre pedra”, ou seja, tudo será destruído. De fato, o templo de pedra será destruído, mas o que não deve ser destruído somos nós, que somos templos vivos do Senhor.

    Fomos edificados pelo Espírito Santo, que recebemos no nosso Batismo; por isso, não seremos destruídos. Da mesma forma, a Igreja — Corpo Místico de Cristo — jamais será vencida pelo poder do inferno.

    Jesus se refere ao fim dos tempos, quando tudo será consumado. Isso acontecerá na segunda vinda de Cristo. Ele adverte que muitos virão em seu nome dizendo ser Ele, mas não devemos segui-los. De fato, muitos já vieram em nome de Jesus e não eram o verdadeiro Messias.

    Por isso, permaneçamos em oração e vigilância, aguardando com fé a vinda do Senhor. Não sabemos quando será — nem o Filho, nem os anjos do Céu sabem — somente o Pai.

    Não devemos nos apavorar diante das guerras, dos conflitos entre nações, dos terremotos, fomes, pandemias ou pestes. Devemos permanecer firmes na oração e em constante vigilância, aguardando o dia do Senhor. Que o nosso coração esteja sempre unido a Ele!

    Diante das tribulações, testemunhemos a nossa fé no Senhor e, em nenhum momento, renegamos a nossa confiança em Deus. Até as últimas consequências, guardemos a fé, pois é permanecendo firmes que ganharemos, como recompensa, a vida eterna. Coloquemos em prática o que professamos ao dizer: “Creio na vida eterna.”

    Celebremos com alegria este Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum, trazendo em nosso coração a certeza da vida eterna. Se permanecermos firmes na fé, em constante oração e vigilância, estaremos de pé diante da vinda do Filho do Homem.

    Não deixemos que seja destruído o nosso corpo, templo consagrado ao Senhor. Permaneçamos firmes, com o coração voltado para Deus, aguardando o dia da Sua vinda gloriosa.

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