Celebramos no dia 12 de outubro a Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil. Neste ano, a solenidade da Padroeira coincide com o domingo, dia do Senhor. Por ser a Padroeira do Brasil, a Igreja celebra a solenidade de Nossa Senhora Aparecida neste dia, em lugar da liturgia do 28º Domingo do Tempo Comum.
Normalmente, o dia de Nossa Senhora Aparecida é feriado em todo o Brasil. Neste ano, mesmo sendo domingo, muitos não trabalham e, sendo também dia de preceito, é um momento oportuno para participarmos da Santa Missa junto com nossas famílias. Nesse mesmo dia, comemoramos também o Dia das Crianças. Peçamos à Virgem Maria que proteja todas as crianças e as livre de todo o mal. Que possam crescer em sabedoria, estatura e graça diante de Deus e dos homens (cf. Lc 2,52). Por isso, além das missas dedicadas a Nossa Senhora, algumas paróquias costumam promover, nesse domingo, pequenas quermesses ou atividades recreativas para as crianças e suas famílias. É também costume das famílias presentear as crianças e celebrar com elas esse dia especial.
Entre os dias 3 e 11 de outubro, nos preparamos para a festa da Padroeira do Brasil com a novena. Sempre antes de uma grande solenidade ou festa de um santo, a Igreja convida os fiéis a se prepararem por meio da novena. Ela é como a limpeza e o preparo de nossa casa para receber uma visita importante. Assim, preparamos o coração e a vida para celebrar com mais alegria e fervor a festa de Nossa Senhora.
Todos nós temos uma graça especial a pedir à Nossa Senhora Aparecida. O dia da Padroeira é momento propício para elevarmos nossos pedidos, mas não podemos nos esquecer de agradecer tudo aquilo que já recebemos ao longo do ano. Nossa oração deve sempre unir súplica e gratidão. Confiemos nossos pedidos à intercessão da Mãe, pois quem pede à Mãe, o Filho atende. Recordemos suas palavras nas bodas de Caná: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5). Assim também nós, em oração, devemos escutar a voz do Senhor e obedecê-Lo com confiança.
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada no rio Paraíba do Sul, em 1717, em um momento de aflição e angústia de três pescadores: Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves. A Câmara Municipal de Guaratinguetá havia convocado os pescadores para conseguir peixes para o jantar que seria oferecido ao Conde de Assumar, Dom Pedro de Almeida e Portugal, governador da Província de São Paulo e Minas Gerais, que estava de passagem rumo à Vila Rica, hoje Ouro Preto (MG).
Os pescadores tentaram diversas vezes, sem sucesso. Já cansados e temerosos do que poderia acontecer, lançaram as redes novamente e apanharam uma imagem do corpo de Nossa Senhora, sem a cabeça. Em seguida, lançaram outra vez as redes e encontraram a cabeça. Espantados e tomados de surpresa, lançaram as redes mais uma vez e apanharam grande quantidade de peixes. O desespero deu lugar à alegria: era o primeiro milagre de Nossa Senhora Aparecida, a “pesca milagrosa”.
Por alguns anos, a imagem ficou na casa de Filipe Pedroso. A notícia se espalhou rapidamente e sua casa passou a receber, todas as noites, vizinhos e devotos para rezar o terço diante da imagem, que foi chamada de “Aparecida”, porque havia aparecido nas águas. Eram, em sua maioria, pessoas simples, pescadores e trabalhadores, que recorriam com fé à “Mãezinha do céu”. Essa devoção humilde é semelhante à de tantos romeiros de hoje, que vão a pé até o Santuário Nacional, levando promessas, súplicas e agradecimentos por graças recebidas.
Com o passar do tempo, a casa do pescador tornou-se pequena demais para acolher os devotos. Foi construído primeiro um oratório, depois, em 1737, uma capela maior. A devoção cresceu, e muitos milagres foram atribuídos à intercessão de Nossa Senhora Aparecida. A fé se espalhou e, em 1834, foi erguida a primeira grande Igreja, hoje conhecida como Basílica Velha.
Em 1894, chegaram a Aparecida os Missionários Redentoristas, que até hoje cuidam do Santuário, acolhem romeiros, celebram missas, atendem confissões e visitam famílias. Em 1904, o Papa São Pio X ordenou a coroação solene da imagem. Poucos anos depois, em 1908, a Igreja recebeu o título de Basílica Menor. Em 1929, o Papa Pio XI declarou oficialmente Nossa Senhora Aparecida como Padroeira do Brasil, “para o bem espiritual do povo e para o aumento da devoção à Imaculada Mãe de Deus”.
O Papa Paulo VI, em 1967, ofereceu ao Santuário uma Rosa de Ouro, por ocasião dos 250 anos da aparição da imagem. A devoção crescia, e a Basílica Velha já não comportava a multidão de fiéis. Assim, em 1955, iniciou-se a construção da Basílica Nova, consagrada pelo Papa João Paulo II em 1980. Em 1984, a CNBB declarou oficialmente a Basílica como Santuário Nacional, hoje reconhecido como o maior templo mariano do Brasil.
Aparecida, antes pertencente a Guaratinguetá, tornou-se município próprio e recebeu o nome de “Aparecida”, por causa da imagem encontrada nas águas. Desde então, a cidade é chamada “Capital Mariana da Fé”. Em 2013, recebeu a visita do saudoso Papa Francisco, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude. Também Bento XVI esteve no Santuário em 2007.
Celebremos com alegria a festa de Nossa Senhora Aparecida no próximo domingo, 12 de outubro. Agradeçamos à Mãe de Jesus tantos benefícios que recebemos e consagremos a Ela nossas vidas e o Brasil.
