Nossa Senhora das Dores

    Celebramos neste dia 15 de setembro a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Essa memória dedicada à Virgem Maria é celebrada um dia após a festa da Exaltação da Santa Cruz. Nossa Senhora das Dores que é especialmente lembrada ao longo da Semana Santa, sobretudo na Sexta-Feira Santa, pois esteve aos pés da cruz de Jesus. Porém, sua festa litúrgica é celebrada no dia 15 de setembro.

    Esse título de Nossa Senhora, diferente de outros que conhecemos, não está ligado a um local específico de aparição, mas à imensa dor que Maria sentiu ao ver o seu Filho condenado, preso e morto na cruz. Durante a Semana Santa, meditamos as sete dores de Nossa Senhora, que remontam também à profecia de Simeão, quando José e Maria apresentaram Jesus no templo: ele anunciou a Maria que uma espada atravessaria a sua alma.

    Ao celebrarmos Nossa Senhora das Dores, lembremos de tantas mães que sofrem pela perda de seus filhos, sepultando-os antes do tempo. Rezemos também para que essas mães não percam a esperança e confiem em Deus, a exemplo de Maria. O fato de celebrarmos Nossa Senhora das Dores logo após a festa da Exaltação da Santa Cruz nos recorda a esperança na vida eterna. E neste ano jubilar da esperança e da misericórdia, peçamos a intercessão de Nossa Senhora para que devolva ânimo e confiança aos que se encontram desanimados.

    Na oração da Ave-Maria, rezamos: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte.” Esse trecho é um rogo de confiança: pedimos que Maria interceda por nós em todos os momentos, especialmente na hora da dor e da morte. Contemplemos a imagem de Nossa Senhora das Dores e peçamos sua intercessão pelas mães que, em tantas partes do mundo, perderam seus filhos, sobretudo nos países em guerra. Que Nossa Senhora das Dores interceda pela paz mundial.

    Nossa Senhora nos ensina a não desesperar diante das dificuldades, mas a aceitar os sinais como parte do plano de Deus. Mesmo em meio à dor, ao sofrimento e à morte, devemos confiar plenamente no Senhor, que nos dará a direção certa para enfrentar cada provação. A exemplo do discípulo amado, que acolheu Maria em sua casa, acolhamos Nossa Senhora em nossa vida e em nossa família, rezando o terço diariamente e permitindo que ela permaneça conosco.

    Durante a Semana Santa, meditamos as dores de Maria. Mesmo sendo a Mãe de Deus, ela também experimentou alegrias e suportou grandes sofrimentos, assim como tantas mães que enfrentam, com seus filhos, momentos de alegria e dor. Peçamos ao Senhor, neste dia, que conforte essas mães em suas dores e as envolva com sua alegria.

    Nossa Senhora das Dores, também chamada de Mãe Dolorosa ou da Piedade, teve sua celebração instituída em 1814, quando o Papa Pio VII a incluiu no calendário romano, fixando-a no dia seguinte à festa da Exaltação da Santa Cruz. Antes disso, a ordem dos Servos de Maria, fundada em 1233, já celebrava essa memória. Em 1668, conseguiram autorização do Papa para celebrar a missa votiva em honra de Nossa Senhora das Dores.

    Mais tarde, em 1692, o Papa Inocêncio XII permitiu que a memória fosse celebrada no terceiro domingo de setembro. Contudo, em 1714, a celebração foi transferida para a sexta-feira anterior ao Domingo de Ramos. Finalmente, em 18 de setembro de 1814, Pio VII estendeu a festa a toda a Igreja, fixando-a novamente no terceiro domingo de setembro. Foi o Papa Pio X quem, depois, determinou que fosse celebrada em 15 de setembro, um dia após a Exaltação da Santa Cruz, sob o título de “Nossa Senhora das Dores” e não de “Sete Dores de Maria”. Isso porque não celebramos apenas as dores em si, mas a Mãe de Deus que, mesmo sofrendo, venceu pela fé e nos ensina a superar as nossas próprias dores.

    A memória de Nossa Senhora das Dores nos convida a reviver um momento marcante da história da salvação, venerando a Mãe associada à Paixão do Filho, que o viu pregado e erguido na cruz. No Calvário, a maternidade de Maria assumiu uma dimensão universal: ela se tornou a Mãe de todos os viventes. Por isso a chamamos “Nossa Senhora”: porque é realmente nossa Mãe. Além disso, é uma expressão de carinho e devoção chamarmos a Mãe de Jesus de Nossa Senhora.

    Nossa Senhora das Dores é também conhecida como Nossa Senhora da Consolação, porque consola, fortalece, conforta e reacende a esperança. Na escola de Maria, aprendemos que para todo mal há um remédio, para cada dor há um consolo, para cada solidão há um Deus que acolhe, perdoa e renova.

    Celebremos com o coração cheio de esperança a memória litúrgica de Nossa Senhora das Dores. Peçamos a ela forças nos momentos de dificuldade e dor e, a exemplo dela, façamos sempre a vontade de Deus. É preciso passar pelo “calvário” desta vida para alcançar a glória da ressurreição.

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