“Quem se eleva, será humilhado e quem se humilha, será elevado” (Lc 14,11)
Celebramos neste domingo o vigésimo segundo do Tempo Comum. Estamos encerrando mais um mês do ano, e um mês especial para a Igreja: o mês vocacional no Brasil, no qual também celebramos santos de grande importância. Ao mesmo tempo, a partir de amanhã, entraremos em outro mês especial para a Igreja: o mês da Bíblia. Dessa forma, pouco a pouco, a liturgia vai nos conduzindo; a cada domingo recebemos uma catequese e, em breve, chegaremos ao fim de mais um ano litúrgico.
Neste domingo, em especial, para encerrar o mês vocacional, celebramos o Dia Nacional do Catequista. O catequista tem um papel fundamental na Igreja. Na verdade, a catequese começa em casa: os primeiros catequistas dos filhos são os pais. Porém, o pároco, em nome da Igreja, nomeia catequistas e os institui para esse ministério, a fim de ensinar as crianças e transmitir a doutrina da fé.
Os catequistas são o braço direito e a voz do padre no meio da comunidade. O primeiro catequista da paróquia é o sacerdote; mas, devido às atividades pastorais, ele não consegue estar presente em todas as turmas de catequese. Por isso, delega a leigos da comunidade a missão de serem catequistas e falarem em nome dele.
O catequista é um leigo que, de maneira voluntária, exerce esse trabalho, muitas vezes deixando marido, esposa, filhos, pai e mãe em casa para se dedicar à catequese. A recompensa é o carinho e o amor dos catequisandos, e sobretudo o amor de Deus. Toda comunidade paroquial deve agradecer profundamente o trabalho dos catequistas, pois é de grande importância. É isso que fazemos na liturgia de hoje.
Portanto, se você sente no coração o desejo de ser catequista, em primeiro lugar, reze a Deus pedindo que o Espírito Santo o ilumine para tomar a decisão certa. Em segundo lugar, procure o padre da paróquia, exponha o seu desejo e inicie a preparação para essa missão. As paróquias precisam muito de pessoas dispostas a assumir o ministério da catequese e a ensinar crianças e jovens em nome da Igreja. Hoje temos também catequistas instituídos.
Neste domingo lembremos dos nossos catequistas e agradeçamos a Deus por eles terem passado em nossas vidas. Se ainda estão vivos e temos contato com eles, parabenizemo-los nesta data. Se já faleceram ou não temos contato, rezemos por eles. Agradeçamos também aos nossos pais, que são os primeiros catequistas e que nos apontaram o caminho para Deus.
A primeira leitura deste domingo é do livro do Eclesiástico (Eclo 3,19-21.30-31). O Senhor nos diz que devemos realizar nosso trabalho com humildade e mansidão. Essa palavra pode ser dirigida, hoje, de modo especial aos catequistas. Quem é chamado a esse ministério não deve se vangloriar, nem se achar melhor que os outros, mas deve servir com mansidão e humildade. Sendo humildes, serão grandes diante de Deus, e Ele os abençoará.
O salmo responsorial é o 67 (68), que traz no refrão: “Com carinho preparastes uma mesa para o pobre”. O Senhor acolhe aquele que é humilde e justo, e não coloca sua confiança nas riquezas. O Senhor tem predileção pelos pobres, não apenas no sentido material, mas também no sentido espiritual. É preciso ter um coração de pobre para amar a Deus e aos irmãos.
A segunda leitura é da Carta aos Hebreus (Hb 12,18-19.22-24a). O autor sagrado recorda que a comunidade, ao se aproximar de Jerusalém, entra em comunhão com aqueles que derramaram o próprio sangue por causa da fé. Quem se aproxima da Jerusalém terrestre já pode antegozar a Jerusalém celeste: viver aqui na terra aquilo que contemplará eternamente no céu. A nossa fé exige entrega total a Deus, até as últimas consequências.
O Evangelho é de Lucas (Lc 14,1.7-14) e retoma o tema central da liturgia: a humildade. Jesus nos ensina que tudo o que realizamos na Igreja não deve ser para buscar prestígio ou reconhecimento, mas para agradar a Deus. Isso vale também para todas as áreas da vida: não devemos trabalhar visando apenas uma promoção ou para agradar ao “chefe”, mas devemos exercer nossas tarefas com humildade. No tempo certo, a recompensa virá.
Os pais devem ensinar aos filhos a não menosprezarem os outros. É preciso formar as novas gerações no espírito de partilha: do alimento, das roupas, do calçado, enfim, de tudo o que é essencial. Ensinar a ser “pobres de espírito” e ricos diante de Deus.
Se trilharmos o caminho da humildade, Deus nos recompensará com bênçãos abundantes. Se trabalharmos com humildade, a recompensa virá no momento oportuno. Nossas atitudes revelarão se seremos ou não merecedores dos dons de Deus.
Rezemos mais uma vez por todos os catequistas, para que exerçam com humildade a missão de ensinar as coisas de Deus. Estamos próximos de iniciar o mês da Bíblia: que a Palavra do Senhor seja o “livro de cabeceira” de todos os catequistas. Que eles estejam sempre em constante formação, reconhecendo com humildade a necessidade de crescer no conhecimento da fé para melhor transmitir aos catequisandos.
Que o Espírito Santo nos ilumine e nos guie no caminho da humildade e do bem.