Martírio de São João Batista

    Celebramos nesta sexta-feira, dia 29 de agosto, a festa litúrgica do Martírio de São João Batista. O mês de agosto, ao contrário do que alguns pensam, é um mês especial para a Igreja, pois, além de celebrarmos o mês vocacional, recordamos santos importantes, como, por exemplo: a Assunção de Nossa Senhora, no passado dia 15; a festa da Transfiguração do Senhor, no passado dia 06; Nossa Senhora Rainha, no passado dia 22; e agora celebramos São João Batista, neste dia 29.

    A festa litúrgica de São João Batista praticamente encerra as celebrações do mês de agosto e nos prepara para celebrar outro mês igualmente especial: setembro, o mês da Bíblia. Que, a exemplo de São João Batista, possamos ser ardorosos anunciadores da Palavra. Já neste sábado, dia 30 de agosto, iremos fazer a 125ª Romaria Arquidiocesana ao Santuário de Nossa Senhora Aparecida, como peregrinos da esperança, dentro do contexto do Ano Jubilar da Redenção: “com a Mãe missionária, peregrinamos com esperança”.

    Do mesmo modo que São João Batista, somos impelidos pelo Espírito Santo, desde o ventre materno, a sermos anunciadores da Palavra. A partir do batismo, recebemos uma missão e nos tornamos discípulos e missionários de Jesus. Precisamos ter a mesma coragem de João Batista para anunciar o Reino de Deus em nossos dias. Temos que ter a mesma coragem para denunciar as injustiças e proclamar a justiça do Reino. O Espírito Santo, que recebemos no batismo, nos impulsiona a sermos anunciadores da Palavra de Deus, assim como agiu em João Batista desde o ventre materno.

    Celebramos João Batista duas vezes ao longo do ano. Ele é um dos únicos santos cujo nascimento e morte a Igreja celebramos, devido à sua importância na história e à missão recebida. João Batista era primo de Jesus, chamado por Deus desde o ventre materno, e pregava um batismo de conversão, isto é, batizava com água preparando o povo para a vinda do Messias. A Igreja celebra o nascimento de João Batista no dia 24 de junho, uma festa solene, marcada inclusive pela vigília na noite anterior, com a bênção da fogueira, dentro das tradições das festas juninas. Se no dia 24 de junho celebramos o nascimento, no dia 29 de agosto celebramos o martírio.

    Temos que ter a mesma coragem de João Batista para anunciar a Palavra de Deus, denunciar as injustiças, alertar aqueles que seguem por caminhos errados para que se convertam e retomem a boa estrada. Devemos anunciar a justiça e a verdade, e conduzir ao batismo aqueles que ainda não o receberam.

    João Batista faz a “transição” entre o Antigo e o Novo Testamento, preparando o povo para o novo tempo que estava para chegar: a nova e eterna aliança que Deus selaria com a humanidade a partir da morte e ressurreição de Jesus. O Reino de Deus que João anunciava como próximo é o próprio Cristo. Ele é o Reino em pessoa. O Reino de Deus é paz, justiça, misericórdia e perdão – e tudo isso Jesus anunciava.

    A exemplo de João Batista, somos discípulos missionários do Senhor. Pelo batismo, podemos conduzir muitos ao encontro com Cristo. Fomos escolhidos por Deus desde o ventre materno e consagrados pelo Espírito Santo no dia de nosso batismo. Cabe-nos anunciar a verdade, denunciar as injustiças e trabalhar para edificar o Reino de Deus aqui na terra, para depois contemplá-lo em plenitude no céu.

    A causa da morte de São João Batista foi a denúncia da injustiça. Herodíades, esposa de Herodes Antipas e antes esposa de seu irmão de criação, desejava a sua morte, pois João o repreendia por viver esse casamento ilícito. Durante a festa de aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou em homenagem ao rei, que, encantado, prometeu-lhe dar o que pedisse, até mesmo a metade de seu reino. Depois de consultar a mãe, a jovem pediu num prato a cabeça de João Batista.

    Herodes não queria aceitar, pois, apesar de se sentir incomodado pelas palavras de João, reconhecia nele um homem justo e santo. No entanto, não pôde recusar, por causa do juramento feito diante de todos. Algum tempo depois, um servo trouxe a cabeça do profeta num prato, entregando-a a Salomé, que a levou à sua mãe. Assim, João Batista morreu como mártir. Condenado à morte por sua liberdade de expressão e por sua fidelidade ao chamado de Deus, ele abre o caminho para tantos outros mártires que viriam depois e para todos os que morreram injustamente, da mesma forma que ele.

    Celebremos a festa litúrgica do Martírio de São João Batista. Aprendamos com ele a anunciar a verdade e a denunciar as injustiças. Já estamos próximos do fim do ano; por isso, sejamos precursores do Messias e anunciemos a todos que encontramos que o Reino de Deus está próximo de nós.

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