A sentença de quatro crises demolidoras: “A crise financeira de 2008-2009”, “a crise da mudança climática”, “a crise da Covid-19” e “a crise da desumanidade”, ou seja, o apagão da essencialidade humana. A perda do essencial e o apego ao periférico.
Daí a ditadura da trilogia assassina:
“Poder, dinheiro e luxúria”, “ódio, ciúme e inveja”, “ansiedade, doença e morte”. “O uso e abuso do nome de Deus para enriquecimento ilícito e para corrupção política”, “a intolerância religiosa” e “a decadência da fé”.
O renomado dramaturgo, romancista, contista e jornalista irlandês George Bernard Shaw afirmou: “O pior crime para com os nossos semelhantes não é odiá-los, mas demonstrar-lhes indiferença: é a essência da desumanidade”.
De acordo com relatos do livro “Eichmann em Jerusalém: Um relato sobre a banalidade do mal” da intelectual alemã Hannah Arendt, forma-se um pensamento que o homem é um ser suscetível a desviar seu caminho. Segundo a obra citada, fornece subsídios para afirmar que comportamentos insensatos transformam indivíduos pacíficos em profissionais de atitudes que refletem no desenvolvimento de uma sociedade desumana.
A crise é uma tormenta que causa conflito no indivíduo, na família e na sociedade. Deixa um rastro de aflição, de insegurança, de medo, de inimizade, de violência, de dívidas e de depressão. Dentro desse contexto a perda da relação humana, da fraternidade, de sentimento e do sagrado. Quando este espaço é perdido, a nobreza do comportamento é ausente, a consciência pervertida e o altruísmo da fé é demolido, resta tão somente a catástrofe desumana.
O indivíduo está cada vez mais configurada no distanciamento da sabedoria clássico, “do falar pouco e com inteligência”, “da mística do silêncio”, da “filosofia grega”, “da ética aristotélica”, “da paixão pelo livro”, “da pedagogia poética”, “da análise interior”, “do epígono e do prógono”, ou seja, sem ser discípulo e sem mestre.
Sem arte, sem menestrel, sem a literatura clássica, sem ínclitos pedagogos, sem justiça, sem a crença fidedigna, sem sanidade e sem a dignidade humana, só pode existir o totalitarismo, a desigualdade social e a cultura de morte. Crises demolidoras são flagelos impiedosos de tamanha crueldade de homens gananciosos capitalistas!
Dr. Inácio José do Vale
Psicanalista Clínico, PhD
Qualificado em Psicologia Clínica e Educacional
Pós-graduado em Psicologia nas Organizações com Habilitação em Docência no Ensino Superior pela Faculdade Educamais de São Paulo-SP.
Psicologia, Educação e Desenvolvimento pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo-SP.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Esta é reconhecida e cadastrada na Organização das Nações Unidas – ONU (United Nations Department of Economic and Social Affairs).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica
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ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. São Paulo: Diagrama e texto;1983.