Outubro é um mês muito rico em espiritualidade. Nele celebramos o Mês do Rosário, sendo o dia 7 consagrado a Nossa Senhora do Rosário e dia 12, a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, além da celebração do Círio de Nazaré no norte brasileiro. Neste mês, faz-se memória de santos populares e exemplos de vida, como Santa Terezinha do Menino Jesus, São Francisco de Assis, São Benedito, São João XXIII, Santa Teresa de Jesus, São João Paulo II, Santo Antônio Maria Claret, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, São Simão e São Judas, Apóstolos, para citar os mais conhecidos do povo brasileiro. É um mês muito especial para o meu longo episcopado porque lembra o desejo meu maior de servir a Deus e à Igreja através do meu lema episcopal: “IN GENTIBUS EVANGELIZARE”, ou seja, Evangelizar a todas as gentes!”.
Quando Jesus veio ao mundo, o seu objetivo, cumprindo os desígnios de Deus Pai, foi salvar a humanidade, com o seu sacrifício e com a sua palavra. Ao se despedir dos discípulos, disse-lhes: “Ide e ensinai a todas as nações, batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi.” (Mt 28, 18-20).
No dia 23 de outubro celebramos o dia mundial das missões. Não é um dia único para que pensemos em missão, é um dia que é celebrado para que nós nos recordemos por todos os dias de nossa existência terrena, de que a nossa meta aqui na terra é realizar a missão que nos foi confiada. Por isto e para isto, outubro é o mês das missões.
Todos os santos, de alguma forma, cumpriram a sua missão. Se pesquisarmos sobre a vida deles, vamos verificar que cada um quis participar de uma Igreja, como a denominou o Papa Francisco, uma Igreja “em saída”.
Esta expressão significa que Deus quer de nós uma Igreja dinâmica, que se movimenta para o outro, que sai de si mesma e procura ajudar o outro.
Podemos realizar nossa missão levando o Evangelho a lugares distantes, onde nunca se ouviu falar de Jesus Cristo, ou, quando muito, consideram-no simplesmente um profeta (e, para tantos, o missionário necessita de tempo e ajuda financeira e cada um de nós deve dar a sua colaboração). Mas podemos realizar a nossa missão também no nosso dia-a-dia, em casa, com a família, no trabalho, no ambiente de estudo ou lazer, na comunidade em que vivemos.
Saber conviver, saber ajudar, saber perdoar, saber amar – eis a nossa missão. Saber acolher o diferente e dar um passo para o recomeço eis a nossa obrigação evangélica.
Como seria maravilhoso se cada cristão pusesse em prática o que nos disse um dia Santa Teresa de Calcutá: “Eu sei que o meu gesto é como uma gota no oceano, mas, sem ele, o oceano seria menor.!”
Já pensou? Se todos os cristãos do mundo… “in gentibus evangelizare!”.