A redescoberta

    Perpassando pela história do Brasil e identificando seus percalços, os altos e baixos, estamos sempre experimentando novos recomeços. Isto aparece claro após as eleições, naquelas ligadas mais ao povo, como são os pleitos municipais. É hora de redescobrir valores que ficaram no passado e reassumi-los com roupagens novas, porque o país é outro quantitativa e qualitativamente.
    O quadro político brasileiro mudou muito nessas eleições municipais de 2016, mostrando como está o retrato caótico da economia do país. O povo vai abrindo seus olhos, inconformado diante da gravidade dos desmandos dos últimos tempos, que veem afetando profundamente a vida das pessoas. Basta conferir o número tão grande de votos nulos e brancos, como expressão de protesto.
    Mas o passado não está brindado e falido. Muita coisa pode ser revalorizada, permitindo enxergar os erros e os acertos para construir novos critérios de ação. A mente humana é capaz para isso, mas depende muito de vontade ampliada, bem intencionada, para possibilitar a realização de ambientes e cultura mais comprometidos e saudáveis, elevando a autoestima do povo brasileiro.
    Sentimos que até a fé e a confiança dos novos tempos estão abaladas e enfraquecidas. As urnas mostraram isso, realidade que merece uma profunda reflexão social e política. O Estado brasileiro não caminha bem e crescem os desafios contidos nas diferenças. É uma alerta para os políticos, que devem redescobrir a viabilidade da Nação, sua potencialidade e capacidade para reverter esse quadro.
    O país tem tantos anos de história e seu povo não aprendeu ainda a lição da fraternidade, do uso correto dos bens da natureza e nem a defesa da “casa comum”. Sua política não favorece a partilha, o incentivo ao voluntariado e abre espaço para o individualismo e a competição desleal, contribuindo fortemente para o crescimento das diferenças que mais afetam a vida do povo brasileiro.
    A chave de leitura da história e releitura da realidade brasileira necessita dos fundamentos vindos da Palavra de Deus. São os critérios da justiça, da honestidade, que devem ser assumidos pelos que ocupam as cadeiras públicas, tanto os novos como os que foram reeleitos. A população não pode continuar sendo ludibriada e colocada em segundo plano por quem comanda os municípios.

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