8º Domingo do Tempo Comum

    No 8º Domingo do Tempo Comum do Ano C, a liturgia nos convida a refletir sobre a autenticidade de nossa vida cristã, enfatizando a importância da coerência entre nossas palavras e ações. As leituras destacam que nossas palavras e atitudes revelam o que está em nosso coração e nos exortam a evitar julgamentos precipitados e a hipocrisia.

    Na primeira leitura, Eclesiástico 27,5-8, o autor sagrado utiliza metáforas para ilustrar como o verdadeiro caráter de uma pessoa se manifesta:

    “Quando agitamos a peneira, ficam nela os refugos; assim, os defeitos do homem aparecem no seu falar.” (Eclesiástico 27,5)

    Assim como o processo de peneirar revela as impurezas, as palavras de uma pessoa expõem seus pensamentos e intenções mais profundos. Somos, portanto, chamados a refletir sobre nossas palavras, pois elas são indicativas do estado de nosso coração.

    No Salmo 91(92), O salmista exalta a bondade e a justiça de Deus, comparando o justo a uma árvore frutífera:

    “O justo crescerá como a palmeira, florescerá igual ao cedro do Líbano.” (Salmo 91,13)

    Esta imagem reforça a ideia de que uma vida enraizada em Deus produz frutos de justiça e retidão, visíveis a todos.

    Na Segunda Leitura, 1 Coríntios 15,54-58, São Paulo nos lembra da vitória definitiva sobre a morte através de Jesus Cristo:

    “A morte foi tragada pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória?” (1 Coríntios 15,54-55)

    Esta certeza nos encoraja a permanecer firmes e dedicados na obra do Senhor, sabendo que nosso esforço não é em vão.

    No Evangelho de São Lucas 6,39-45, Jesus utiliza parábolas para ensinar sobre a importância da autocrítica e da autenticidade:

    “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco?” (Lucas 6,39)

    Ele nos adverte contra a hipocrisia de querer corrigir os outros sem antes examinar nossos próprios erros:

    “Como podes dizer a teu irmão: ‘Irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho’, quando tu não vês a trave no teu próprio olho?” (Lucas 6,42)

    Além disso, Jesus enfatiza que nossas ações refletem nosso interior:

    “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons.” (Lucas 6,43)

    As leituras deste domingo nos convidam a uma profunda introspecção. Antes de julgarmos ou corrigirmos os outros, devemos examinar nossa própria vida e buscar a conversão pessoal. Nossas palavras e ações devem ser coerentes, refletindo um coração transformado pelo amor de Deus. Ao cultivarmos uma relação autêntica com o Senhor, seremos como árvores que produzem bons frutos, testemunhando a justiça e a misericórdia divinas em nosso cotidiano.

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