“Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio” (Sl 31/32)
Celebramos neste Domingo o sexto desse Tempo Comum, hoje é Domingo de Carnaval, muitas pessoas pulando e comemorando as festas, mas é bom lembrarmos que podemos aproveitar o Carnaval, desde que aproveitemos com sabedoria e prudência, e além de tudo que não deixemos de participar da Santa Missa. Há várias possibilidades de participar de retiros espirituais em nossa Arquidiocese, como por exemplo, o Retiro Rio de Água Viva. Procure informar-se pelas páginas oficiais da Arquidiocese do Rio de Janeiro como www.arqrio.org.br.
A partir de Quarta-Feira próxima iniciaremos o tempo da Quaresma com a celebração da Quarta-Feira de Cinzas. O Tempo Comum dá uma pausa na terça-feira de Carnaval e retoma após a celebração de Pentecostes. O tempo da Quaresma é um tempo forte de penitência e oração em que somos convidados a uma mudança de vida para celebrarmos com alegria a Páscoa. No tempo da Quaresma iremos também vivenciar a Campanha da Fraternidade: Vós sois todos irmãos e irmãs (Mt 23,8). A Páscoa é o centro do ano litúrgico da Igreja e tudo gira em torno dessa grande celebração.
Neste dia 11 de fevereiro comemoramos o Dia Mundial do Enfermo, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes, só que hoje foi omitida por celebrar o dia do Senhor. O tema deste ano é «Não é conveniente que o homem esteja só» – Cuidar do doente, cuidando das relações”. Nessa celebração lembremos de todos os enfermos e peçamos que Jesus tenha misericórdia de todos eles, e peçamos que seja feita a vontade de Deus. Que Nossa Senhora de Lourdes visite todos os doentes e com seu carinho materno conforte tantos os enfermos como os seus familiares.
O Evangelho deste domingo mostra Jesus curando um leproso, ou seja, mostra o poder que Jesus tem de curar todas as doenças. É claro que se recebemos um milagre queremos divulgar para todos o que aconteceu, mas não podemos nunca deixar de agradecer. Por isso, nessa celebração peçamos a Deus a nossa cura física e espiritual, mas não esqueçamos nunca de agradecer.
A primeira leitura da missa desse Domingo é do livro do Levítico (Lv 13,1-2.44-46), que fala justamente sobre a lepra e como essa doença era vista pelo povo judeu desde o Antigo Testamento. Essa mentalidade continuou quando Jesus esteve entre nós quase 600 anos depois dessa leitura, quem era acometido por alguma doença contagiosa deveria ficar excluído da sociedade, e quem era acometido pela lepra teria que andar como se fosse um andarilho. Jesus tenta mudar essa mentalidade e prega a inclusão das pessoas, por isso, aqueles que têm lepra procuram Jesus.
No início dessa leitura, o Senhor diz a Moisés e Aarão aquilo mesmo que Jesus recomenda ao leproso após curá-lo, que ele se apresentasse ao sacerdote e agradecesse pela cura. Por isso, a liturgia de hoje vale para nós também, todas as vezes que recebermos de Deus um milagre, seja para nós ou para algum parente próximo não esqueçamos nunca de agradecer. E ainda busquemos a Deus sempre, não somente quando a necessidade aperta.
O salmo responsorial é o 31 (32), que diz em seu refrão: “Sois, Senhor, para mim, alegria e refúgio”, o Senhor sempre está propenso a perdoar os nossos pecados e podemos buscá-lo sempre. O Senhor sempre se alegra quando o procuramos de coração sincero e pedimos a cura ou o perdão dos pecados, mas Ele se alegra mais ainda quando somos gratos pela graça que Ele operou em nós. Por isso, Ele é alegria e refúgio.
A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 10,31-33.11,1), Paulo diz que tudo aquilo que fizermos devemos para a glória de Deus, pois se temos o alimento na mesa, se temos os bens materiais e se temos a nossa família, é porque Deus quis. Paulo ainda diz que não devemos escandalizar ninguém com nossas atitudes ou ao falar da nossa fé, mas procuremos agradar a todos. Sejamos ainda imitadores de Cristo, procurando conformar a nossa vida a de Jesus. Procuremos viver a santidade no dia a dia, que é o que somos chamados a fazer a partir de nosso batismo.
O Evangelho da missa desse Domingo é de Marcos (Mc 1,40-45), conforme dissemos nesse Evangelho Jesus cura um leproso que se aproxima d’Ele e pergunta se Ele poderia curá-lo. Em partes esse homem fez aquilo que está prescrito na primeira leitura de hoje, ele se apresenta a Jesus e pede a cura para a sua doença, mas depois Ele deveria apresentar-se ao sacerdote para oferecer a Deus e agradecer a cura realizada, mas não o fez. Ele ao contrário espalha para todos o que Jesus fez por ele, e com isso, Jesus não podia mais entrar publicamente numa cidade.
Jesus ao contrário do que pensava a sociedade da época prega a inclusão, ou seja, acolhe os doentes, pecadores, mulheres e crianças. Por isso, Ele cura os leprosos, perdoa os pecados dos pecadores, acolhe as mulheres e as crianças e as coloca no centro. Por isso, Jesus resume os dez mandamentos em dois, ou seja, amar a Deus e ao próximo, e ainda, o amor está acima de qualquer lei. Ele não exclui a lei, mas coloca o amor acima de tudo, tanto Ele não exclui a lei que primeiro Ele cura o homem, e depois pede que ele se apresente ao sacerdote para oferecer em sacrifício aquela cura e agradecer a Deus.
ICom essa celebração de hoje, sejamos gratos a Deus por tudo o que Ele faz na nossa vida, quando pedirmos algo a Ele que voltemos para agradecer, e não o procuremos somente nos momentos de dificuldade, mas também nos momentos bons. Tenhamos a mesma atitude de Jesus e não excluamos ninguém, mas acolhamos a todos.
Elevemos ainda nessa celebração uma prece a Deus por todos os doentes, que o Senhor os socorra em sua infinita misericórdia e faça o que for melhor. Peçamos ainda a proteção de Nossa Senhora de Lourdes por todos os enfermos, nesse dia dedicado a ela.