“Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio”! (Sl 15/16)
Celebramos neste domingo o Trigésimo Terceiro deste Tempo Comum, penúltimo do ano litúrgico. Neste domingo comemoramos o VII Dia Mundial dos Pobres. Na próxima semana com a solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo encerraremos este ano litúrgico e nas vésperas do dia 1º de dezembro iniciaremos o novo ano litúrgico com primeiro domingo do Advento. Conforme já dissemos, o ano litúrgico é diferente do ano do civil, e termina entre o penúltimo ou o último domingo de novembro e inicia entre o último domingo de novembro e 1º de dezembro.
As leituras a partir deste Domingo têm um caráter apocalíptico, ou seja, um olhar para aquilo que poderá acontecer no Dia da Parusia, ou seja, no dia da vinda de Nosso Senhor ou fim dos tempos. Nada que deve nos assustar ou amedrontar, mas é algo que irá acontecer, mas não sabemos quando será, qual o dia ou a hora, mas devemos estar sempre vigilantes. Por isso, a primeira leitura da missa de hoje é da profecia de Daniel, que anuncia a conversão. No Santo Evangelho Jesus fala o que irá acontecer no grande dia.
A primeira leitura da missa desse Domingo conforme dissemos é do livro da profecia de Daniel (Dn 12,1-3), Daniel é um profeta que chama a atenção para os fim dos tempos e anuncia aquilo que acontecerá no dia do julgamento e o que acontecerá com aqueles que praticaram a justiça e com aqueles que praticaram a injustiça. Os que praticaram a justiça irão para o reino eterno ao lado de Deus e quem praticou a injustiça irá para a condenação eterna. E mesmo aqueles que já faleceram e que dorme o sono da morte despertarão para o dia do juízo final.
O salmo responsorial é o 15 (16) que diz em seu refrão: “Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refugio”! O Senhor deve ser sempre o nosso refúgio seguro, em nenhum outro encontramos a felicidade e a paz, mas somente N’Ele. Temos que edificar o reino de Deus aqui na terra para contemplá-lo de maneira plena no céu. Ele deve ser o nosso refúgio aqui na terra e depois no céu.
A segunda leitura da missa desse domingo é da carta aos Hebreus (Hb 10,11-14.18), temos acompanhado já há alguns domingos a carta aos Hebreus, no dia de hoje o autor sagrado diz que o sacerdote todas as vezes que celebra o santo sacrifício da Missa, celebra em expiação aos pecados do povo, e que muitas vezes é impossível de apagar. Cristo, ao contrário, ao morrer na Cruz remiu os pecados de toda a humanidade e sentou-se a direita de Deus. Jesus está à espera de que todos os seus inimigos sejam postos debaixo de seus pés. Quando estivermos no céu não será mais necessário oferecer sacrifícios expiação dos pecados, porque estaremos diante de Jesus, pois onde existe o perdão, não se faz oferenda pelo pecado.
O Evangelho da missa deste domingo é de Marcos (Mc 13,24-32), nesse trecho do Evangelho de Marcos Jesus fala daquilo que irá acontecer no fim dos tempos, seguindo a linha de raciocínio da primeira leitura da profecia de Daniel e da liturgia como um todo hoje. É claro, que essas coisas não devem nos assustar, mas devem nos deixar em alerta e vigilantes, pois não sabemos qual será o dia e a hora.
É normal conforme vamos nos aproximando no fim do ano litúrgico as leituras terem esse cunho apocalíptico, pois, além do mais estamos nos aproximando do tempo do advento em que nos preparemos para a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo em nossos corações. Nós vivemos a expectativa daquilo que chamamos de “Já” e “ainda não”, ou seja, edificar o Reino de Deus aqui na terra para depois contemplá-lo de maneira plena no céu.
Durante a celebração Eucarística rezamos o sacerdote reza a seguinte oração após o Pai Nosso: Livrai-nos de todos os males, ó Pai, e dai-nos hoje a vossa paz. Ajudados pela vossa misericórdia, sejamos sempre livres do pecado e protegidos de todos os perigos, enquanto, vivendo a esperança, aguardamos a vinda de Cristo Salvador. A esperança do cristão é essa, aguardar a segunda vinda de Cristo, onde acontecerá o julgamento final e seremos julgados de acordo com nossas atitudes e que possamos estar ao lado daqueles que praticaram a justiça e serão salvos.
Conforme Jesus disse hoje no Evangelho, ninguém sabe qual será o dia ou a hora, nem o filho, somente o Pai. Portanto, estejamos em vigilância e em constante oração, para que quando chegar a nossa hora possamos estar entre os escolhidos.
Celebremos com alegria e esperança esse Trigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum, o VIII Dia Mundial do Pobres, tendo a certeza de que um dia nos encontraremos com o Senhor e que possamos estar preparados para esse momento. Esse preparo para o encontro com o Senhor pode começar agora, servindo e amando o próximo, em especial sempre aqueles que mais precisam e são vulneráveis. Esta é a maior graça que possamos fazer em nome de Cristo e da Igreja!