“Louvai o Senhor que eleva os pobres” (Sl 112/113)
Celebramos neste domingo o vigésimo quinto do Tempo Comum. Concluímos o inverno e iniciaremos a primavera. Na semana passada, a liturgia do Tempo Comum deu uma pausa para celebrarmos a Festa da Exaltação da Santa Cruz, que ocorre sempre em 14 de setembro. Estamos nos aproximando do final do ano litúrgico, que se encerra com a Solenidade de Jesus Cristo Rei do Universo, na trigésima quarta semana do Tempo Comum.
Estamos em um mês importante para a Igreja: o mês da Bíblia. No próximo dia 30 celebraremos São Jerônimo, tradutor da Bíblia do grego e do hebraico para o latim. Ainda há tempo para aproveitarmos este mês para meditarmos a Palavra de Deus e fazermos a nossa lectio divina, seja sozinhos, em família ou com os amigos. Somos convidados, como discípulos missionários do Senhor, a anunciar a Palavra de Deus e a nos tornarmos mensageiros da esperança. A característica que marca o Tempo Comum é a esperança que vem do Reino de Deus, e é esse Reino que anunciamos por meio da Palavra.
O Evangelho deste domingo nos diz que devemos ser bons administradores, tanto das coisas terrenas como das coisas de Deus. Quem não é fiel na administração de seus bens não será bem-sucedido naquilo que Deus lhe confiar. Não podemos servir a dois senhores, ou seja, a Deus e ao dinheiro. Deus deve sempre ser a primeira opção em nossa vida; o restante vem depois.
Coloquemos Deus em primeiro lugar e comecemos participando da Santa Missa e, em seguida, meditando diariamente a Sagrada Escritura. As outras coisas virão por acréscimo. O dinheiro e os bens que conquistamos vêm pelo suor do nosso trabalho e são passageiros. Mas a Palavra de Deus não passará, e a Eucaristia nos conduzirá à vida eterna.
A primeira leitura da missa deste domingo é da profecia de Amós (Am 8, 4-7). O profeta faz um alerta àqueles que querem passar por cima dos pobres e humildes só porque são ricos. Um dia Deus pedirá contas de seus bens e por maltratarem os necessitados. Aqueles que hoje são pobres e humildes, um dia poderão ser ricos. O Deus condena é o mau uso do dinheiro e a arrogância de quem despreza os outros por possuir mais.
O alerta do profeta continua atual: não levaremos nada desta vida. Os bens materiais ficam. Por isso, não nos apeguemos a eles, pois podem levar à perdição e não à salvação. Deus pode nos chamar hoje, e para quem ficará o que acumulamos?
O salmo responsorial é o 112 (113), que tem como refrão: “Louvai o Senhor que eleva os pobres”. O salmista proclama que o Senhor eleva os pobres. Mesmo que os ricos desprezem os humildes, Deus os recompensará e os conduzirá à glória. A verdadeira grandeza está na humildade; mesmo que alguém possua bens, se for humilde será glorificado diante de Deus.
A segunda leitura da missa de hoje é da primeira carta de São Paulo a Timóteo (1Tm 2, 1-8). Paulo recomenda que sejam feitas orações e súplicas por aqueles que governam as nações e ocupam cargos. Essa recomendação é muito atual, diante das tantas polêmicas e crises políticas que acompanhamos em nossos dias. Deus quer que todos os homens sejam salvos e temos um único mediador que intercede por todos: Jesus Cristo, nosso Senhor. Sigamos a recomendação do apóstolo e rezemos por toda a humanidade.
O Evangelho deste domingo é de Lucas (Lc 16, 1-13). Jesus fala novamente em parábolas e, hoje, conta a história de um administrador que nos ensina sobre o uso dos bens materiais. Assim como precisamos de prudência e sabedoria para lidar com os bens terrenos, também devemos ter a mesma prudência para administrar os bens espirituais. Não podemos colocar os bens terrenos em primeiro lugar e deixar as coisas de Deus em segundo plano.
Jesus não quer dizer que devemos roubar ou agir de forma desonesta, mas nos ensina que teremos de prestar contas do uso que fazemos de nossos bens. Ele recomenda usar o dinheiro “injusto” para fazer amigos, ou seja, usar aquilo que é passageiro para praticar o bem, ajudar o próximo e conquistar assim a verdadeira riqueza: a vida eterna.
Ele conclui a parábola afirmando que não podemos servir a dois senhores, pois acabaremos odiando um e amando o outro, apegando-nos mais a um e desprezando o outro. O que Jesus nos diz é que não devemos servir a Deus e ao dinheiro. O dinheiro tem seu grau de importância, mas não deve jamais ocupar o lugar de Deus.
Celebremos com alegria este vigésimo quinto Domingo do Tempo Comum, trazendo em nosso coração a certeza de que Deus nos ama e que devemos usufruir dos bens com consciência, sempre agradecendo a Ele, pois tudo o que temos vem de suas mãos. Usemos o dinheiro para o bem, para ajudar o próximo e os necessitados, e assim seremos merecedores da vida eterna.