Texto referencial: “…assim, pois, aquele dentre vós que não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo”. (Lc 14, 33).
1 – Jesus, em assim falando, certamente não quis amedrontar os discípulos, fazendo-os desistir do discipulado. Ele os chamou. Diz o texto, ainda que convidou aqueles que Ele quis, para ficarem com ele, formá-los e enviá-los. Não pediu conselho a ninguém. Ele, e somente, ele decidiu. Chamo-os então. Havia entre eles, até um traidor, que aos poucos foi dando sinais de sua infidelidade. Jesus, no entanto, não o mandou embora, mostrou-lhe todo seu amor investindo nele, para recupera-lo. Convertendo. De nada adiantou. Não sei do final dele, no entanto eu nuca queria estar na sua situação.
2 – Deus mandou amar a todos, até aos inimigos. Quantos mais, então, ao pai e a mãe, a esposa, filhos (as) e irmãos. A família é um bem invejável. Fundamental. Deus, mesmo formou a primeira e lhe deu uma invejável missão: participar de certo modo do poder criador de Deus, gerando novas vidas. Mandou amar pai e mãe. É até um mandamento.
3 – Mandou amar pai e mãe, mais, porém a Deus acima de tudo e de todos. Só Ele é absoluto. É criador e Senhor. Exige seus direitos, até nesta própria vida, em comparação com a vida dele, fica em segundo lugar: “quem amar pai e mãe mais que a mim, não pode ser meu discípulo” afirmou, ele. Até que ponto isso, nos impressiona ou nos preocupa? Temos consciência clara e pessoal disso?
4 – Tudo na vida tem um preço. Estamos dispostos a pagá-lo? Todos querem gozar de saúde. O problema é não danificá-la comendo, bebendo, ou trabalhando demais. Todos os estudantes esclarecidos, querem obter notas boas. O problema, no entanto, é estudar com afinco, para obtê-la e passar bem nos exames todas as pessoas bem normais desejam ser longevas. O problema é aceitar as condições para tanto. O filho, enquanto de menor, precisa obedecer aos pais. Mas crescendo, ele se torna de maior. Diante de Deus, somos sempre e tão somente criaturas. Tudo o que temos de bom, em princípio, depende D’Ele. Podemos sempre exigir nossos direitos. Pergunto então: cumprimos com a mesma consciência com os nossos deveres? Somente tem direitos que assume deveres. Como então reagimos nós? Deus é tudo: criador, Pai, Senhor, Salvador. A felicidade absoluta é a eterna não devemos perdê-la. Jesus veio ainda ao nosso encontro, salvando-nos. Carregando a cruz. Como fica então as coisas? Na imanência podemos perder a transcendência.



