23° Domingo do Tempo Comum

    “Abre-te!” (Mc 7,34)

    Celebramos neste Domingo o Vigésimo Terceiro do Tempo Comum. Algumas motivações e intenções para essa celebração: Estamos no mês da Bíblia e somos convidados a ter uma maior intimidade com a Palavra de Deus ao longo desse mês, criando ao longo do dia um momento para meditar a Palavra. Além de colocar a Palavra de Deus em destaque, seja nas paróquias e em nossa casa. Tomemos gosto em meditar a Palavra de Deus e que, de fato, ela seja como um “mel” em nossa boca.

    Nessa celebração também somos convidados a rezar por nossa Pátria, no dia Sete de Setembro, comemoramos o Dia da Pátria e da Independência do Brasil, rezemos pela paz em nosso país e que todos tenham os direitos iguais. Rezemos por nossos governantes e por aqueles que, em breve, serão eleitos prefeitos e vereadores de nossas cidades para que, em primeiro lugar pensem nos interesses do povo.

    À medida que o tempo vai passando vamos nos aproximando do final do ano litúrgico, dentro de um pouco mais de dois meses encerraremos esse ano litúrgico. Por isso, acompanharemos Jesus em sua vida pública caminhando para entrar em Jerusalém e ser aclamado como Rei. Além de acompanhar Jesus curando as pessoas de diversas enfermidades.

    No Evangelho de hoje, Jesus cura um homem que era surdo e falava com dificuldades. Ele também quer curar nossa surdez e quer consequentemente que falemos sem dificuldades. Jesus além de curar fisicamente também cura espiritualmente, e além de devolver a audição e a fala para aquele homem, deseja que ele saísse anunciasse as maravilhas que Deus fez na vida dele por meio de Jesus. Do mesmo modo Ele deseja que cada um de nós escute a Palavra de Deus e saia para anunciar o Evangelho e edificar o Reino de Deus.

    A partir do batismo somos chamados a ser discípulos e missionários do Senhor e sacerdotes, profetas e reis. Ao nos tornarmos sacerdotes, profetas e reis, somos impulsionados a anunciar o Evangelho e a edificar aqui na terra o reino de Deus. Até mesmo na oração Deus fala conosco, temos que escutá-lo e pôr em prática o que Ele nos diz.

    A primeira leitura da missa deste domingo é do livro do profeta Isaías (Is 35,4-7a), essa leitura está no contexto do retorno do povo de Deus do exílio da Babilônia, por isso, Ele diz para que está doente que crie ânimo. E que todos deveriam confiar no Senhor, pois os surdos voltarão a ouvir, os cegos voltarão a enxergar e os mudos voltarão a falar. Tudo que o profeta diz aqui se concretizaria em Jesus, pois muitas das coisas que Isaías diz concretizou em Jesus. Isaías viver há cerca de quatrocentos anos antes de Jesus.

    Isaías anuncia a todo o povo, um novo tempo para Israel, ou seja, um tempo de paz e de alegria e aqueles que se encontravam desanimados deveriam se animar e ter coragem e confiar no Senhor. Esse “novo tempo” se concluiria com a vinda de Jesus, conforme observamos no Evangelho, Jesus cura o surdo e o mudo para que ele criasse um ânimo novo e saísse para anunciar as maravilhas de Deus.

    O salmo responsorial é o 145(146), que tem como refrão: “Bendize, ó minha alma ao Senhor, bendirei ao Senhor toda a vida!”  Temos que sempre ao longo da nossa vida bendizer ao Senhor, seja por nos ter dado a vida e por tantos benefícios que Ele nos concede ao longo de nossa existência. O Senhor é fiel para sempre, nunca se esquece de nós, somos nós que por vezes nos esquecemos do Senhor. Confiemos no Senhor, pois sua graça e misericórdia nunca faltarão.

    A segunda leitura é da Carta de São Tiago (Tg 2,1-5), Tiago nesse trecho da carta nos diz que não devemos fazer distinção de pessoas, ou seja, devemos tratar da mesma forma pobres e ricos, pois o Senhor não faz distinção de pessoas. O Senhor disse que o reino dos céus é daqueles que tem o coração de pobre, por isso, não nos preocupemos em acumular bens aqui na terra, pois são passageiros, nos preocupemos antes de tudo em acumular “tesouros” no céu.

    O Evangelho da missa deste domingo é de Mc 7,31-37, esse trecho do Evangelho apresenta a cura de um homem que era surdo e tinha dificuldades para falar. Jesus afastou-se com o homem para fora da multidão, pois Jesus sempre teve a intenção de trazer de volta para o meio da sociedade aqueles que sentiam excluídos. Por isso, Jesus afasta-se com o homem para depois o enviar para o meio da sociedade novamente como um novo homem.

    Jesus colocou os dedos nos ouvidos daquele homem, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efata” que quer dizer “Abre-te”. No rito do batismo, tem uma parte em que o celebrante toca nos ouvidos daquele que está sendo batizado e coloca uma pitada de sal em sua língua e diz: “Efata”, ou seja, que aquele que está sendo batizado possa ouvir Deus e anunciar o evangelho de salvação para as demais pessoas.

    Jesus, ao realizar esse milagre e permitir que o homem escute e fale com perfeição, mais do que a cura física, Jesus realiza a cura espiritual e permite que esse homem possa escutar a vontade de Deus na vida dele e que Ele possa anunciar aos outros tudo aquilo que o Senhor fez em sua vida. Por isso que quanto mais Jesus pedia para que não falasse nada a ninguém, mas ele falava. E as pessoas comentavam que Jesus vinha fazendo bem todas as coisas.

    A intenção de Jesus em realizar milagres era para colocar em prática aqui na terra o Reino de Deus. Por isso, Ele recomendava não contar nada a ninguém, as pessoas deveriam procurá-lo por causa da pessoa dele e não somente por conta dos milagres. Isso vale para nós hoje, procuremos o Senhor sempre e não somente quando estamos precisando de um “milagre”. Deixemos Jesus nos curar, abrir nossos ouvidos e nossa boca para que anunciemos a todos a mensagem de salvação.

    Celebremos com alegria esse Vigésimo Terceiro Domingo do Tempo Comum e coloquemos em pratica a missão que recebemos no batismo de ser sacerdotes, profetas e reis no mundo de hoje, e ainda, sal na terra e luz no mundo. Amém.

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