2° Domingo do Tempo Comum

    “Fazei o que ele vos disser” (Jo 2,6)

    Celebramos neste Domingo o segundo do Tempo Comum. A primeira parte do Tempo Comum iniciou na última segunda-feira após a festa do Batismo do Senhor, essa primeira parte do tempo comum vai até a terça-feira de Carnaval. Depois celebramos a Quaresma e Páscoa. A segunda parte do tempo comum retoma após a solenidade de Pentecostes e permanece até a vésperas do primeiro domingo do advento. Estamos às vésperas de celebrar o nosso padroeiro São Sebastião, concluindo neste domingo a Trezena preparatória a festa do peregrino de esperança.

    O tempo comum é o tempo litúrgico mais extenso da Igreja, são ao todo trinta e quatro semanas; a cor litúrgica predominante é o verde. Ao longo do Tempo Comum acompanhamos Jesus em sua vida pública anunciando o Reino de Deus. A vida publica de Jesus é peregrina, ou seja, percorre toda a Judéia desde a sua terra Nazaré até a entrada em Jerusalém.

    O tempo comum é marcado pela esperança, a esperança na vinda do reino de Deus que na verdade é o que Jesus anunciava. O Reino de Deus é paz, amor, justiça, perdão e misericórdia. Somos convidados a edificar esse Reino de Deus aqui na terra para depois vivenciá-lo de maneira plena no céu. Inclusive estamos no Ano Jubilar da Esperança, em que somos convidados a nos confiar à misericórdia do Senhor. Que possa ser um ano de graças para todos nós.

    Participemos da missa deste segundo domingo do tempo comum e que possamos nos comprometer em participar da Eucaristia todos os domingos junto com a família e nos confiarmos a misericórdia do Senhor. O domingo é dia de preceito, em que devemos participar da Santa Missa.

    A primeira leitura deste domingo é do livro do profeta Isaías (Is 62,1-5), nesse trecho o profeta diz que não se cansará de anunciar o Reino de Deus e não descansará enquanto não ver a justiça acontecer para todos em Israel. O profeta viveu há cerca de 400 anos antes de Jesus e muitas das coisas que o profeta diz se concretizam na vida pública de Jesus. O povo de Deus estava voltando do exílio da Babilônia e o profeta tinha a missão de animar esse povo e dizer a eles o quanto Deus os amava. O profeta tinha o desejo que todos pudessem viver bem, juntos na mesma terra, esse também era o desejo de Deus e posteriormente o de Jesus.

    O salmo responsorial é o 95(96), que diz em seu refrão: “Cantai ao Senhor Deus um canto novo, manifestai os seus prodígios entre os povos”. Elevemos ao Senhor um canto novo, um canto de gratidão por tudo aquilo que Ele nos concede, sobretudo por seu amor misericordioso por nós. Deus nunca se esquece de nós, mas ao contrário somos nós que nos esquecemos de D’Ele. O Senhor faz maravilhas, a Ele devemos nos confiar, ao longo da história da salvação vemos a prova disso.

    A segunda leitura é da primeira carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 12,4-11), Paulo diz que há diversidade de dons e ministérios, mas o Espírito Santo é um só, e Ele age em todos e por meio de todos. É graças ao Espírito Santo que podemos pregar a boa nova do Evangelho, é por meio do Espírito Santo que nos tornamos discípulos e missionários do Senhor e recebemos de Deus as inúmeras graças.

    Em cada vocação ou ministério que assumimos na Igreja é por obra e graça do Espírito Santo; é Ele que nos chama. Por isso, não devemos nos achar melhor do que os outros por ter assumido um trabalho na Igreja, porque quem nos chamou foi Deus por intermédio do Espírito Santo.

    O Evangelho deste Domingo é de João (Jo 2, 1-11), esse Evangelho relata o primeiro “milagre”, ou “sinal” como João gosta de chamar, realizado por Jesus no início de sua vida pública. Após ser batizado, conduzido ao deserto para sofrer as tentações, Jesus inicia sua vida publica sendo convidado para uma festa de bodas de casamento, em Caná da Galileia.

    De repente durante a festa o vinho veio a faltar, para os judeus se acabar o vinho acabava a alegria, acabava a festa. Por isso, Nossa Senhora pede a intercessão de Jesus, dizendo a Ele que eles não tinham mais vinho. Jesus responde que a hora dele ainda não havia chegado, com essa resposta Jesus não é mal-educado com sua mãe, mas fez referência com aquilo que aconteceria na cruz, na sua morte, ou ainda, que não estava totalmente preparado para realizar o milagre aquela hora.

    Mas, Jesus ouve o apelo de sua mãe, e ela diz aos serventes: “Fazei tudo o que Ele vos disser”, havia ali seis talhas de pedra em que os judeus costumavam usar para a purificação, em cada uma delas cabia cem litros de água, Jesus pediu que enchesse até a boca, e depois disse levai ao mestre-sala, e eles levaram. O mestre-sala provou e gostou tanto da água transformada em vinho que disse aos noivos que eles tinham guardado o vinho bom até o fim da festa, pois normalmente no fim da festa servem o vinho pior.

    Esse foi o início dos sinais realizados por Jesus e seus discípulos creram nele, com esse milagre realizado por Jesus a festa não acabou, os noivos ficaram felizes e não passaram vergonha perante o mestre-sala e os convidados. Observamos a intercessão de Nossa Senhora, a presença dela foi fundamental para que o milagre acontecesse. Por isso, confiemos sempre a Nossa Senhora e peçamos a intercessão dela junto a Jesus por nós. É o tempo da nova e eterna aliança que supera tudo o que veio antes.

    Celebremos com alegria esse segundo domingo do tempo comum, confiemos sempre no Senhor e na intercessão da Virgem Maria, caminhemos junto com o Senhor ao longo desse ano litúrgico e nos alimentemos com a Palavra e a Eucaristia. Que o Espírito Santo nos ajude e ilumine. Amém.

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