2° Domingo da Páscoa

    “Dai graças ao Senhor, porque Ele é bom, Eterna é a sua misericórdia”! (Sl 117-118)

     Celebramos neste domingo o segundo Domingo da Páscoa, com essa celebração encerramos o período da oitava da Páscoa, ou seja, oito dias em que vivenciamos as alegrias da ressurreição e que pudemos desejar feliz e abençoada Páscoa uns aos outros. Nesse domingo o ato penitencial ainda é sugerido por aspersão recordando o nosso batismo, e que por meio do batismo somos lavados e purificados de todo o pecado. Nessa celebração ainda teremos a sequência pascal antes da aclamação ao Evangelho que aconteceu ao longo de toda essa semana desde o Domingo de Páscoa.

    Neste domingo da misericórdia recordamos com muito carinho do Papa Francisco sepultado na Basília de Santa Maria Maior, no sábado anterior a este domingo que tanto falou sobre a misericórdia e promulgou inclusive um ano santo sobre o tema. Que ele repouse em paz aos pés do icone que ele tanto amou, a Maria Salus Populi Romani.

    A canonização do Beato Carlo Acutis que seria hoje em Roma foi cancelada. A Igreja agora celebra a novena de luto enquanto aguarda o início do Conclave.

    A partir da segunda-feira depois do Domingo da Misericórdia, o antigo “in albis” inicia-se propriamente o tempo pascal que durará por mais sete semanas até o Domingo de Pentecostes. Ao longo do tempo pascal acompanharemos os apóstolos continuando o legado deixado por Jesus e iniciando a Igreja primitiva, tendo principalmente Pedro, Tiago e João a frente. Jesus aparecerá algumas vezes aos apóstolos antes de voltar em definitivo ao Pai. Hoje, por exemplo, é o Domingo da Misericórdia, onde Jesus aparece aos apóstolos e Tomé faz a conhecida profissão de fé. No quarto Domingo da Páscoa é o do Bom Pastor, além de no sétimo Domingo ser o da Ascensão de Jesus ao céu e no seguinte Pentecostes.

    É comum ao longo dessa semana as paróquias realizarem a novena em preparação a festa da Divina Misericórdia e rezar o terço da Divina Misericórdia. É sempre bom recorrermos as fontes da Divina Misericórdia.

    Todas as vezes que Cristo Ressuscitado aparece aos apóstolos, conforme vemos no evangelho de hoje, Ele deseja a paz, essa paz deve ser acolhida por quem recebe, e quem recebe deve estar em paz com Deus, consigo mesmo e com a comunidade. Jesus Ressuscitado enche aos apóstolos de alegria e nós nos dias de hoje devemos nos encher da mesma alegria.

    Jesus não nos deixa órfãos, mas antes de voltar em definitivo ao Pai nos promete o Espírito Santo que guia a Igreja até hoje. Sem a ação do Espírito Santo não haveria Eucaristia e nem os demais sacramentos. Portanto, sejamos sal na terra e luz no mundo e busquemos a santidade no dia a dia. Sejamos discípulos e missionários de Jesus nos dias de hoje e anunciemos uns aos outros a Palavra de Deus. A Igreja se reveste de branco nesse tempo pascal, cor da alegria que deve marcar toda a vida do cristão.

    Conforme dissemos esse Domingo é conhecido como da Divina Misericórdia, instituído pelo Papa João Paulo II em 2000. O Papa instituiu essa festa inspirado em Santa Faustina que teve as visões de Jesus misericordioso. Jesus nos envia em missão aos quatro cantos da terra para anunciarmos o Reino de Deus. Inclusive da imagem de Jesus misericordioso saem raios de suas mãos irradiando o mundo com seu amor misericordioso.

    A primeira leitura desse Domingo é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 5,12-16), nessa leitura acompanhamos a Igreja de Cristo seguindo e crescendo sempre mais por intermédio dos apóstolos. O Espírito Santo os ajudava na missão e uma multidão de homens e mulheres se juntavam a eles. Importante observamos que a fé do povo era tão grande que levavam doentes para que os apóstolos curassem. Que em toda Eucaristia possamos pedir ao Senhor que nos perdoe dos pecados e nos cure todas as enfermidades, espirituais e corporais.

    O salmo responsorial é o 117 (118), esse salmo nos diz em seu refrão: “Dai graças ao Senhor porque ele é bom, eterna é a sua misericórdia”, como nos diz o refrão do salmo, a misericórdia do Senhor é eterna, desde o Antigo Testamento até aos dias de hoje. Ele perdoa toda a nossa falta e nos dirige para o caminho da justiça. Ele nunca se esquece de nós, nós que algumas vezes nos esquecemos dele.

    A segunda leitura é do livro do Apocalipse de São João (Ap 1,9-11a.12-13.17-19), nesse trecho do livro do Apocalipse, São João nos diz a visão que Ele teve de Jesus no céu. Ele morreu e ressuscitou e está agora ao lado de Deus Pai intercedendo por nós e que um dia voltará para nos julgar de acordo com a nossa conduta. Ele é o primeiro e o último, aquele que vive para sempre e que nos toma pela mão.

    O Evangelho desse Domingo da Misericórdia é segundo João (Jo 20,19-31), ao anoitecer daquele dia o primeiro da semana, ou seja, era um Domingo, dia da ressurreição, dia do Senhor. Um dia em que a comunidade se reúne em torno da mesa da Palavra e da Eucaristia para celebrar a ressurreição do Senhor. As portas do local onde os discípulos se encontravam estavam fechadas, por causa do medo que eles tinham dos judeus. Eles tinham medo de que acontecesse com eles o mesmo que aconteceu com Jesus, e não saíam para nada.

    O medo nos aprisiona, nos faz ficar parados, como os apóstolos estavam. Não podemos ficar parados diante do medo, temos que enfrentá-lo e com a ajuda de Deus e do Espírito Santo vencer esse medo. Não podemos ter medo de anunciar a Palavra de Deus, ainda mais nos dias de hoje, em que as pessoas estão tão sedentas da Palavra.

    Jesus entra e pondo-se no meio deles diz: “A paz esteja convosco”, essa paz que o ressuscitado anuncia tem que ser acolhida pelos membros da comunidade e é necessário estar em paz com Deus e com outros membros da comunidade. Depois dessas palavras Jesus mostra as mãos e o lado, os discípulos alegram-se por ver o Senhor. Jesus novamente anuncia-lhes a paz. Jesus envia os discípulos em missão, e os incentiva a superar o medo e sair para anunciar o reino de Deus. Jesus dá poder para os discípulos perdoar os pecados daqueles que tiverem cometido pecado, dessa forma ia surgindo a Igreja primitiva.

    Tomé, chamado “dídimo”, não estava com os discípulos quando Jesus apareceu, os discípulos contaram-lhe depois. Tomé não acreditou e disse que só acreditava se visse Jesus e tocasse em suas mãos e no seu lado. Novamente, oito dias depois Jesus aparece e Tomé estava com os discípulos. Jesus anuncia-lhes a paz e diz a Tomé para pôr a mão no seu lado e olhar as suas mãos. E diz ainda para ele não ser incrédulo, mas fiel. Tomé responde com uma bela exclamação de fé: “Meu Senhor e meu Deus”.

    Jesus responde para Tomé, “acreditaste porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto”. Bem-aventurados somos nós que acreditamos sem precisar ver, temos o testemunho dos apóstolos e dos evangelistas na Sagrada Escritura que nos dão testemunho da ressurreição, mas não vimos o Senhor ressuscitado. O encontramos sempre na Eucaristia e acreditamos que por meio do Espírito Santo Ele permanece vivo no meio de nós. A nossa fé nos faz acreditar que o sepulcro está vazio e ele ressuscitou e vive eternamente ao lado de Deus.

    Celebremos com alegria esse segundo domingo da Páscoa que é o domingo da Divina Misericórdia e confiemos sempre no amor de Deus por nós, estamos no ano jubilar da misericórdia e da esperança e peçamos ao Senhor o perdão de nossos pecados. E anunciemos esse amor de Deus aos que mais precisam. Rezemos ainda, pelo descanso eterno de nosso amado Papa Francisco, pelo bem que ele realizou em favor da Igreja e da humanidade, e ainda pelo futuro da Igreja. Amém.

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