Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós! (Sl 89/90)
Celebramos neste domingo o décimo oitavo do tempo comum. Iniciamos na última sexta-feira o mês de agosto, um mês especial para a Igreja, pois celebramos o mês das vocações, que tem como tema, Peregrinos porque chamados. Neste primeiro domingo do mês recordamos a vocação ao ministério ordenado, pois amanhã dia 04, celebraremos o dia de São João Maria Vianney, padroeiro de todos os padres. No segundo domingo do mês recordamos a vocação a vida matrimonial e iniciando com o dia dos pais viveremos a semana nacional da família. No terceiro domingo, solenidade da assunção de Nossa Senhora recordamos a vocação a vida religiosa e consagrada, quarto domingo a vocação dos ministérios dos leigos e leigas na igreja, e no último domingo o dia nacional do catequista.
Todo batizado é chamado por Deus a uma vocação dentro da comunidade, pode ser uma dessas citadas acima, ou alguma outra que se identifique mais, como por exemplo, participar do ministério de leitores, ministério de música, pastoral do dízimo, ao trabalho social e tantas outras. O importante é que em cada pastoral ou vocação que assumimos levemos o amor de Deus.
Outro fator importante que vale ressaltar é que não devemos exercer alguma função na Igreja esperando algo em troca ou procurando agradar alguém. A função pastoral ou a vocação que exercemos na Igreja não é para agradar aos homens, mas sim à Deus, é uma resposta ao chamado que Deus nos fez. Quando alguém nos chama para fazer parte de alguma pastoral na Igreja, elas são instrumentos de Deus e quando respondemos com o “sim”, damos esse sim primeiramente à Deus.
No evangelho deste domingo, Jesus nos ensina a dividir os nossos bens com o nosso próximo. Não devemos “brigar por dinheiro” e nem fazer do dinheiro um bem maior do que Deus. Pois, ao morrermos não levaremos nada dessa vida, tudo ficará aqui. A Palavra de Deus nos ensina a partilhar e a sermos ricos diante de Deus, Ele deve ser a nossa maior riqueza.
A primeira leitura deste domingo é do livro do Eclesiastes (Ecl 1, 2-2; 21-23), esse trecho do livro do Eclesiastes nos alerta sobre a questão da vaidade. Assim como as coisas do mundo a vaidade é passageira, não adianta sermos cheios de vaidade, querermos ser melhores do que os outros e esquecer Deus. Podemos ter tudo hoje e amanhã não termos nada. Existem pessoas que passam a vida inteira se vangloriando de seus bens, mas com certeza no dia do juízo serão julgadas por suas atitudes e mais ainda, serão julgadas por terem colocado Deus em segundo plano.
Deu não julga ninguém por ter sua casa, seu carro ou uma boa posição financeira, o que cada um tem que lembrar é que só conseguiu tudo isso por graça de Deus. Podemos ter tudo, mas não podemos esquecer de Deus. Além de partilhar aquilo que temos com aqueles que pouco ou nada tem, essa atitude é agrada ao Senhor. É uma forma de agradecer à Deus aquilo que conquistamos.
O salmo responsorial é o 89 (90), que nos diz em seu refrão “Vós fostes, ó Senhor, um refúgio para nós”. Podemos perder tudo em nossa vida, mas não podemos perder o foco em Deus. Podemos perder dinheiro e outros bens, mas Deus tem que ser sempre o nosso refúgio, para termos forças de recomeçar novamente.
A segunda leitura é da carta de São Paulo aos Colossenses (Cl 3, 1-5.9 -11), Paulo diz a comunidade e a todos nós hoje, que devemos aspirar sempre as coisas do alto, onde está Cristo sentado a direta de Deus. No céu estão as verdadeiras alegrias e não na terra, as coisas da terra passam, as do céu permanecem para sempre. Amemo-nos uns aos outros, do mesmo modo que Deus nos ama. O amor humano é passageiro, o amor de Deus é eterno.
O Evangelho desse domingo é de Lucas (Lc 12, 13-21), Jesus falava e do meio da multidão alguém disse: “Mestre, diz ao meu irmão que reparta a herança comigo”. Jesus lhe respondeu dizendo: “Homem, quem me encarregou de julgar ou dividir vossos bens”? Depois de dizer isso, Jesus faz um alerta que serve para todos nós. Devemos tomar cuidado com todo o tipo de ganância e não devemos esbanjar os nossos bens. Temos que antes de tudo agradecer a Deus por tudo o que temos, se conseguimos ter os bens que possuímos foi através do nosso trabalho e porque Deus nos deu.
Outro alerta que podemos tirar desse Evangelho de hoje é que não devemos nos achar melhor do que os outros porque possuímos tal bem, tudo o que temos é passageiro e o que temos agora podemos não ter amanhã. E ainda, se o outro agora não tem, pode ter depois. Portanto, vivamos como irmãos e irmãs, amando – nos uns aos outros, sobretudo os mais pobres.
Por fim, como lição deste Evangelho o que Jesus nos ensina é que não devemos colocar os nossos bens em primeiro lugar e deixar Deus em segundo plano, pois, podemos fazer com que o dinheiro ocupe o lugar de Deus e acabamos por tentar servir a dois senhores: Deus e ao dinheiro, o quer é impossível.
Temos que estar em constante vigilância e oração para não cairmos em tentação e procurar juntar tesouros no céu e não aqui na terra. A Palavra de Deus nos ensina a partilhar, por isso, partilhemos aquilo que temos com aqueles que pouco ou nada tem, e dessa forma juntaremos tesouros no céu.
Neste domingo quero exortar a todos os fiéis a rezarem pelos nossos padres. Eles são os principais e insubstituíveis colaboradores da ordem episcopal. Rezemos pelos nossos padres, sobretudo pelos doentes, marginalizados e pelos que estão privados de seu ministério. O padre é sempre padre em favor do povo de Deus, mesmo com as suas limitações e pecados, ele concorre sempre para servir ao povo de Deus. Rezemos pela sua perseverança, para que Deus lhes conceda saúde e todo o bem! Amanhã, dia de São João Maria Vianney é o dia do padre.
Celebremos com alegria em décimo oitavo domingo do Tempo Comum, iniciando o mês vocacional, rezemos confiantes ao Senhor e peçamos a luz do espírito para discernirmos qual é realmente a nossa vocação.