16° Domingo do Tempo Comum

    O Senhor é o pastor que me conduz, felicidade e todo bem hão de seguir-me”! (Sl 22-23)

    Celebramos neste domingo o Décimo Sexto do Tempo Comum, chegando praticamente na metade desse período litúrgico, que tem o total de trinta e quatro semanas. Rezemos uns pelos outros e peçamos a paz, edifiquemos aqui na terra o Reino de Deus, amando e servindo o nosso próximo. Nós, como cristãos e católicos, temos que dar o exemplo e cumprir a missão que recebemos no batismo de sermos sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo.

    O Papa Francisco falou neste mês, como intenção geral, sobre a importância de cuidar dos doentes, referindo-se mais diretamente à Pastoral da Saúde. No último dia 14 de julho celebramos São Camilo de Léllis, patrono dos enfermos. Uma das formas de edificar o Reino de Deus e cumprir o nosso papel de discípulos do Senhor aqui na terra é visitar os enfermos e rezar por eles. Também estamos encerrando neste final de semana a vista da imagem peregrina de N. Sra. de Nazaré em nossa Arquidiocese recordando a importância de “perseverar na oração, com Maria, Mãe de Jesus”.

    No Evangelho deste domingo, Jesus tem compaixão da multidão que estava sedenta por ouvir a Palavra de Deus. Jesus se retira com os discípulos para um local a parte após eles terem chegado da missão, mas ao chegar ao outro lado da margem, tinha tanta gente esperando que Jesus se enche de compaixão e misericórdia. É essa mesma compaixão que cada um de nós deve ter com o próximo, ter compaixão significa sofrer junto e não deixar quem precisa sozinho. Ter compaixão é um sentimento que todos nós deveríamos ter pelo próximo; aprendamos com Jesus e tenhamos compaixão com aqueles que encontrarmos.

    A liturgia deste domingo vai ao encontro com aquilo que celebramos neste mês e no último dia 14 de julho, tenhamos compaixão por todos idosos e enfermos e aqueles que precisam mais de nossa atenção e muitas vezes se sentem abandonados.

    A primeira leitura da missa deste Domingo é do livro do Profeta Jeremias (Jr 23,1-6), o Senhor diz ao profeta para que alerte o povo dizendo “ai dos pastores que deixam o rebanho se dispersar e não tomam conta de suas ovelhas”. A nossa atitude deve ser a mesma de Jesus no Evangelho, ou seja, Jesus queria se retirar e descansar um pouco, mas quando desce e vê a multidão que os esperava, sente compaixão e cuida daquele rebanho.

    O Senhor se dirige por meio do profeta Jeremias aos pastores de Israel que deixaram com que o rebanho se dispersasse e se afastasse do Senhor. O Senhor castigará esses maus pastores e irá em outros países e nações em buscas de novas ovelhas para o rebanho e elas se reproduzirão e multiplicarão. Aqui o Senhor faz um alerta sobre o que ocorreu no exílio da Babilônia, em que muitos em Israel foram exilados para terra estrangeiras.

    Nesse contexto ainda, o Senhor diz que fará surgir novos pastores que cuidarão como se deve do rebanho, e ainda, fará surgir um descendente de Davi, da tribo de Judá que salvará o povo de Israel e esse povo viverá tranquilo. Esse descendente podemos entender que é Jesus, que através de sua morte de Cruz salvou todos nós e selou uma aliança eterna entre Deus e a humanidade.

    O salmo responsorial é o 22 (23) que diz em seu refrão: “O Senhor é o pastor que me conduz, felicidade e todo bem hão de seguir-me”! O Senhor não abandona o rebanho e não nos abandona! Muitas vezes somos nós que abandonamos o Senhor, mas Ele está sempre pronto a nos receber de volta. O Senhor não fica olhando as nossas faltas, mas nos acolhe com misericórdia e perdão. Não importa o erro que cometemos, Ele não ficará nos julgando, mas nos acolherá de volta do jeito que somos.

    A segunda leitura da missa desse domingo é da Carta de São Paulo aos Efésios (Ef 2,13-18): de certa forma Paulo também se dirige para aqueles que estavam dispersos do rebanho, longe do Senhor. Por meio do sangue de Cristo derramado na Cruz foi possível todos se tornarem próximos novamente. Jesus aboliu toda a lei que escravizava o ser humano e o tornava longe de seu próximo, Ele pregou a nova lei do amor para que todos se tornassem próximos e sentissem compaixão uns pelos outros.

    Graças a Jesus temos acesso ao Pai por meio do Espírito Santo, antes de voltar ao Pai, Ele nos deixou o Espírito Santo, para que por meio da ação desse Espírito Santo estivéssemos livres para amar a Deus e ao próximo.

    O Evangelho é de Marcos (Mc 6,30-34): nesse Evangelho os discípulos voltam da missão que Jesus os enviou para levarem adiante o Reino de Deus, Jesus percebe que eles estão cansados e pede para que se retirem um pouco para descansar e conversar com Deus. Cada um de nós também precisa de um momento de descanso após a missão e de um momento para conversar com Deus. Todos os católicos ao menos uma vez no ano seria salutar realizar um retiro de espiritua. O retiro espiritual ajuda a alimentar a nossa fé continuar a missão a qual Deus nos confiou. Por isso, cada pastoral deveria ao menos uma vez ao ano realizar um dia de retiro, ou a paróquia realizar no início ou no final do ano com todas as pastorais. Os nossos sacerdotes e diáconos têm a oportunidade de anualmente se retirarem uns dias para oração e reflexão.

    Quando os discípulos entram na barca e chegam a outra margem, as pessoas que tinham visto eles entrarem na barca e o reconheceram e se reuniu novamente muitas pessoas. Jesus sente compaixão dessa multidão, pois estavam como que ovelhas sem pastor, e sedentas da Palavra de Deus. Jesus então começou a ensinar-lhes muitas coisas. De fato, aquele povo estava sedento em ouvir a Palavra de Deus, pois muitos pastores que vieram antes de Jesus e inclusive de seu tempo foram maus pastores, mercenários e ladrões. Jesus, vai na contramão, e é claro é o bom pastor, que acolhe a todos com misericórdia, perdão e compaixão.

    Cada um de nós recebeu uma missão no batismo, de ser sacerdotes, profetas e reis, e ainda, sal na terra e luz no mundo. A partir do batismo nos tornamos discípulos e missionários do Senhor, por isso, temos que ter em nós os memos sentimentos de Cristo e ter compaixão pelo próximo. Temos que ser bons pastores, a exemplo de Jesus, no trabalho, na escola, no bairro e na comunidade.

    O Senhor nos chama e nos envia para ser bons pastores! Assumamos algum serviço pastoral em nossa comunidade, visitando os enfermos, ensinando a palavra de Deus as crianças, jovens e adultos, enfim, sendo sinal de Deus para o outro. Que o Espírito Santo nos impulsione para a missão.

    Celebremos com alegria esse décimo sexto Domingo do Tempo Comum e sejamos discípulos e missionários do Senhor anunciando com coragem a Palavra de Deus.

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