Carandiru: Pastoral Carcerária denuncia cumplicidade do Judiciário

São Paulo (RV) – A Pastoral Carcerária Nacional manifestou seu descontentamento com a decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que na terça-feira (27/09) anulou os julgamentos que condenaram 74 policiais militares pelo massacre do Carandiru, ocorrido em 1992.

“A decisão do Tribunal paulista apenas escancara essa cumplicidade do Judiciário e o seu ‘rigor’ seletivo na aplicação das normas penais. É sobre os pretos, pobres e periféricos desse país que recai o tratamento estatal mais brutal, bem como as interpretações mais tirânicas da lei”, lê-se na nota publicada na quarta-feira (28/09).

Para a Pastoral, as condições que permitiram o assassinato em massa de mais de uma centena de pessoas no Carandiru permanecem e foram exponencialmente multiplicadas. A população prisional que em 1992 era de 114 mil, hoje ultrapassou a marca de 620 mil pessoas. Além disso, denuncia a Pastoral Carcerária, “as condições de aprisionamento permanecem aviltantes”.

“Ainda que seja totalmente repudiável a tentativa de reescrever a história do massacre e validar teses absurdas como a ‘legítima defesa’, a punição dos agentes mais óbvios desse crime não irá frear a barbárie em curso. O desencarceramento e a desmilitarização das polícias precisam estar em nosso horizonte imediato de lutas”, defende a nota, que conclui:

“Unidos em orações e luta junto às vítimas e familiares deste trágico episódio, seguimos na luta por um mundo sem cárceres!”

No massacre, pelo menos 111 presos morreram.

 

Fonte: Rádio Vaticano

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