Vida Mística

    “Procurai lendo e encontrareis meditando; chamai orando e abrir-se-vos-á contemplando. A sabedoria entra pelo amor, pelo silêncio e pela mortificação; grande sabedoria é saber calar e não olhar aos ditos, aos feitos e às vidas alheias”.

    São João da Cruz, místico e doutor da Igreja

    Bastantes ocupações e preocupações políticas, sociais, econômicas, religiosas e éticas resultantes da revolução científica e tecnológica em que vivemos. Os desafios da robótica e da inteligência artificial são as inquietações debatidas na era pós-moderna. Dentro desse contexto o sistema contém armadilhas demolidoras contra a “vida espiritual”, como: o progresso eletrônico, as redes sociais, a idolatria do consumismo, o flagelo dos vícios e a indústria do entretenimento.

    A vida não ocupada pelo silêncio, deserto, meditação, oração, jejum, leituras espirituais e a busca profunda do mistério contemplativo, será tomada por diversas incompatibilidades venenosas para alma, corpo e mente.

    A obra da alma é o ardente desejo insaciável de fome e sede de Deus. Avante de forma exacerbada na posse imensurável das beatitudes celestiais. As delícias espirituais são alimentos para todo nosso bem terreno e eterno.

    Praticar a ascese, exercício máximo do aperfeiçoamento espiritual postulado na incessante vida monástica e eremítica.

    Refletir nessa sentença para progredir na ascese: “Ecclesia sempre est reformanda” (a Igreja tem sempre de se reformar). Somos igreja, igreja sempre renovada, avivada, reavivada, ousada e mística.

    Não há jardim florido no coração sem a alma ter a experiência do deserto. Sentir o amor abissal é ter sentido dores profundas. O apego das coisas sagradas, a vivência da espiritualidade é de certa forma, o desagrado das coisas profanas por conhecimento e experiência que não são fundamentos para o gozo e a verdade do espirito. Disse célebre teólogo Santo Tomás de Aquino: “Ultima hominis felicitas est in contemplatione veritatis” [A suma felicidade do homem encontra-se na contemplação da verdade] (“Summa contra Gentiles”, III, 37).

    Pela verdade e pelo o amor a Deus somos atraídos por coisas profundas, seguras, sapienciais, misteriosas e de virtudes que nos transcendem! O nosso ser quer muito mais além do imanente… A beleza, a arte, a poesia e a melodia angelical. A bússola do nosso interior é guiada pelo Espírito Santo para gloriosas viagens ao coração do Pai Eterno.

    A graça do bem-estar espiritual é o silêncio da alma com Deus. Pela ascese todo o nosso ser obtém autoaperfeiçoamento em prol da qualidade de vida espiritual, ou seja, a vida mística.

    Rezemos a oração de Santo Tomás de Aquino:

    “Dê-me, Senhor, agudeza para entender, capacidade para reter, método e faculdade para aprender, sutileza para interpretar, graça e abundância para falar. Dê-me, Senhor, acerto ao começar, direção ao progredir e perfeição ao concluir”.

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