Vem, Divino Espírito Santo!

     

    Chegamos ao grande coroamento do tempo pascal com a festa do Divino Espírito Santo. Dom de Deus a todos os batizados, o Espírito dá vida, renova, transforma, constrói comunidade e faz nascer o Homem Novo.

    Nesse ano em que celebraremos a canonização do Papa Montini gostaria de lembrar de suas proféticas palavras de 17 de maio de 1970.  O Beato Paulo VI, naquela Solenidade de Pentecostes, ressaltou que a Igreja nascia com a Festa da descida do Divino Espírito Santo sobre os Apóstolos nos quais receberam a vivificação do Espírito de Deus e o seu corpo místico que é a Igreja. Paulo VI ensinava que aquela festa interessava a todas as pessoas porque Pentecostes é a superação das divisões, dos conflitos entre as pessoas e povos porque o Espírito Santo une as pessoas na sua diversidade em Cristo, com o Pai. Ele reforça o milagre da diversidade das línguas pelo Espírito Santo, compreensíveis a todos. Foi nesta ocasião que o Papa disse da necessidade da construção da civilização do amor, tão desejada nestes dias de conflito, de guerra e de violência e ataques virtuais.

    O Evangelho(cf Jo 20,19-23 ou Jo 15,26-27; 16-12-15) apresenta-nos a comunidade cristã, reunida à volta de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, nova, a partir do dom do Espírito. É o Espírito que permite aos crentes superar o medo e as limitações e dar testemunho no mundo desse amor que Jesus viveu até às últimas consequências. A celebração de Pentecostes ajuda-nos a tomar consciência da presença do próprio Deus agindo no mundo e em cada coração humano pelo seu Santo Espírito. Aquele que nos proporciona capacidade para darmos sentido às nossas ações por mais simples que sejam. Quando damos liberdade ao Espírito Santo de agir em nós, quando procurarmos fazer tudo com a cabeça e o coração centrados em Deus, nossas ações e relacionamentos adquirem uma nova dimensão, possuem um novo sabor, porque tudo o que fazemos para o outro não é visando nossos próprios interesses; e essa maneira de agir faz com que a pessoa do outro se sinta valorizada, estimada e amada. Tudo o que fazemos se reveste de um sentido especial para nós, propositivo, porque agindo segundo o Espírito Santo de Deus já não somos dominados pelas paixões desordenadas, pelas emoções nem pelos instintos, mas agimos pela razão iluminada pela fé que nos leva somente à busca do bem, do belo, do puro, do santo, do excelso, do sublime e do divino.

    Quem pede e segue os dons do Divino Espírito Santo não vive a aridez espiritual e muito menos não é uma pessoa amarga, insatisfeita e revoltada com Deus, com os outros ou muito menos com a comunidade.

    Na primeira leitura, Lucas(At 2,1-11) sugere que o Espírito é a lei nova que orienta a caminhada dos crentes. É Ele que cria a nova comunidade do Povo de Deus, que faz com que os homens sejam capazes de ultrapassar as suas diferenças e comunicar, que une numa mesma comunidade de amor, povos de todas as raças e culturas.

    Na segunda leitura(1Cor 12,3b-7.12-13), São Paulo avisa que o Espírito é a fonte de onde brota a vida da comunidade cristã. É Ele que concede os dons que enriquecem a comunidade e que fomenta a unidade de todos os membros; por isso, esses dons não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos.

    Aonde chega o Divino Espírito Santo o amor de Deus renasce a capacidade de fazer-se dom e com ela a alegria e a beleza dos esposos de viverem juntos; reaviva toda expressão de amor.

    Vem, Divino Espírito Santo e instalai em nossos corações a civilização do amor e da concórdia, amém!

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