Dom Oscar de Oliveira, cujo centenário está sendo comemorado, dizia que suas Cartas Pastorais eram os artigos que estampava semanalmente no seu jornal O ARQUIDIOCESANO, no qual estampou 1496 preciosos textos, muitos transcritos em jornais de grande circulação no Brasil e no exterior.
Entretanto uma Carta Pastoral de grande valor literário e histórico, lançada em opúsculo se intitulou Comunismo, Religião e Pátria, a qual repercutiu em todo o país, tendo sido comentada na Câmara dos Deputados. Foi inclusive publicada no Magistero Episcopale, alentado volume que era publicado em Verona na Itália com os principais documentos dos Bispos do mundo inteiro.
Desencadeou-se uma corrente final contra a instalação do Comunismo em nossa pátria.
Foi, realmente, decisivo este firme posicionamento de D. Oscar diante de uma Revolução necessária que depois se transformou em detestável ditadura militar.
O Arcebispo de Mariana nunca deixou, porém, de lutar pela abertura democrática e a favor da liberdade.
Aliás, seja dito que uma das mais belas palestras de D. Oscar, de cunho altamente filosófico, foi feita para os alunos da Faculdade de Filosofia, de Mariana sobre Liberdade e Democracia ao ensejo do 13º ano da Revolução, dia 31 de março de 1977, a qual foi encerrada com esta sentença luminosa: LIBERDADE E DEMOCRACIA bem vividas são uma bênção para o mundo inteiro, para todos os povos!
Nesse ano centenário de seu nascimento não se pode esquecer ainda que Dom
Oscar fundou colégios, trouxe Cursos da Universidade Católica de Minas Gerais
para Mariana, os quais depois foram incorporados à Universidade Federal de Ouro Preto, continuando na Sede Arquiepiscopal, deu uma formação primorosa a suas ovelhas nas suas cinco grandes Visitas Pastorais em toda a Arquidiocese.
Pela sua obra imensa a favor da Instrução foi condecorado pelo Ministério
da Educação com a ORDEM NACIONAL DO MÉRITO EDUCATIVO. DIA 10 de janeiro de 1974 NO SALÃO NOBRE DO ITAMARATI.
Tivemos a honra de acompanhar D. Oscar à Capital Federal para está solenidade
e S. Exª se viu objeto da atenção de grandes personalidades da República como do próprio Presidente Emílio Garrastazu Médici, dos Ministros Mario Andreazza e Jarbas Passarinho e outras autoridades.
Com sua proverbial humildade D. Oscar afirmou aos presentes que recebia aquela condecoração como uma homenagem à Igreja e exaltou o que o governo estava realizando no campo educacional e no sentido de consolidar a economia brasileira, manifestando, corajosa e francamente, sua esperança de que breve a democracia estaria de novo restabelecida em nossa pátria.
* Professor no Seminário de Mariana durante 40 anos.
