Última semana do Sínodo para a Juventude: conversão pastoral e missionária

No próximo domingo, dia 28, se encerra a XV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, em Roma. Após três semanas de trabalho, os padres sinodais, jovens, peritos e convidados finalizam as atividades de reflexão para a proposta de texto final que será entregue ao papa Francisco, no dia 27. No último artigo da série sobre os trabalhos sinodais, o bispo de Imperatriz (MA) e presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Vilsom Basso, recorda os primeiros passos de escuta e de interpretação, e discorre sobre o tempo de escolha dos percursos de conversão pastoral e missionária.

“Nesta terceira parte do sínodo, refletimos sobre o discernimento como o estilo de uma igreja em saída, a exigência de um olhar e uma formação integral, economia, trabalho e cuidado da casa comum, formar para uma cidadania ativa e para a política e uma comunidade evangelizada e evangelizadora, animação e organização da pastoral”, conta dom Vilsom.

Confira o artigo na íntegra:

ESCOLHER: OS PERCURSOS DE CONVERSÃO PASTORAL E MISSIONÁRIA

 

No primeiro artigo sobre o sínodo falamos sobre: a igreja à escuta da realidade. No segundo artigo tratamos de interpretar: a fé e o discernimento vocacional e agora o 3º artigo: escolher: os percursos de conversão pastoral e missionária

Nesta terceira parte do sínodo, refletimos sobre o discernimento como o estilo de uma igreja em saída, a exigência de um olhar e uma formação integral, economia, trabalho e cuidado da casa comum, formar para uma cidadania ativa e para a política e uma comunidade evangelizada e evangelizadora, animação e organização da pastoral.

Mais uma vez tivemos três dias na sala sinodal ouvindo aproximadamente 120 padres sinodais, jovens, peritos e convidados fraternos de outras denominações cristãs.

Depois de ouvirmos as realidades juvenis na primeira parte, iluminar com tantas reflexões, ouvimos inúmeras experiências de trabalho com pastoral juvenil nas diferentes regiões do planeta.

Quantos testemunhos de doação, coragem, profetismo, martírio. Jovens que deram e dão sua vida para levar a alegria do evangelho, para não renegar sua fé, a Igreja Católica.

Momentos de emoção e renovação do desejo de dar a vida pela causa do Reino.

Um ponto muito importante do sínodo é escutar, aprender com os outros. Saber que há tantas pessoas que caminham quilômetros à nossa frente em coragem e fé, especialmente em países onde a igreja católica é minoria e sofre a perseguição.

Depois fomos aos círculos linguísticos pela última vez. Durante um dia e meio refletimos, rezamos e fizemos propostas concretas para o agir da igreja, na igreja, com os jovens, pelos jovens, na evangelização e missão.

Ponto decisivo: a Igreja, a exemplo dos bispos da América Latina em Puebla, em 1979, deve fazer a opção preferencial pelos jovens.

Isto implica, clara e corajosamente, destinar tempo, liberar pessoas e empenhar recursos financeiros pelos jovens de nossas dioceses, paróquias e comunidades.

A decisão deve começar por cada padre sinodal.

No nosso grupo lusitano surgiram várias propostas. Entre elas destacamos: criar rede de apoio à pastoral juvenil; atenção aos ambientes, ir onde o jovem está; o mundo universitário; o jovem como igreja, evangelizador dos outros jovens; experiências missionárias juvenis como lugar de formação integral e discernimento vocacional; reconhecer e garantir a paróquia como lugar próprio onde o jovens devem sentir-se acolhidos, na casa da mãe Igreja que os acolhe; o incentivo à cidadania e à solidariedade, ao cuidado da casa comum; espaços de desporto, convivência e lazer nas paróquias e comunidades; a espiritualidade juvenil, os jovens e a piedade popular, e a leitura orante da bíblia; estimular e apoiar experiências de empreendedorismo juvenil; estruturas de comunhão da pastoral juvenil e a criação de um observatório mundial das juventudes.

Os 14 grupos apresentaram ao relatório de seus trabalhos e a equipe de redação trabalhou muito para na terça-feira, dia 23 nos apresentar a proposta de texto final. Agora em fase final de aprovação, que acontecerá no dia 27, quando será entregue ao papa Francisco.

Além do texto sinodal, está sendo escrita pelos padres sinodais uma carta aos jovens do mundo inteiro.

O Espírito de Deus tem-nos acompanhado e as orações dos jovens do Brasil e do mundo, com certeza, foram força e luz para a caminhada sinodal.

Com esperança, aguardamos os próximos passos que serão dados por Papa Francisco.

Que a Mãe Aparecida nos abençoe e nos dê a graça de irmos para águas mais profundas, com nossas redes frágeis.

Assim seja.

Dom Vilsom Basso, SCJ
Bispo de Imperatriz – Ma
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude

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