Pesquisa inovadora descobre como colocar células cancerígenas para “dormir”

Uma equipe de cientistas australianos desenvolveu um novo medicamento anti-câncer que pode prevenir a reincidência em pacientes com câncer

O esforço conjunto de pesquisadores da Austrália gerou um novo tratamento para o câncer, que, segundo o Medical News Today, pode impedir a divisão de células cancerígenas sem afetar as células saudáveis.A equipe de 53 cientistas – do Instituto de Pesquisa Médica Walter e Eliza Hall, da Universidade Monash, da Cancer Therapeutics CRC, da Universidade de Melbourne, do Peter MacCallum Cancer Center e CSIRO – publicaram suas descobertas na revista Nature. Eles explicam que a pesquisa foi focada em duas proteínas que normalmente estão associadas ao desenvolvimento de diferentes tipos de câncer: KAT6A e KAT6B.

Tim Thomas, um dos principais pesquisadores do projeto, explicou ao Medical News Today, que a inibição do KAT6A quadruplicou a expectativa de vida em linfomas em cobaias. Armados com o conhecimento de que o KAT6A é um importante impulsionador do câncer, começamos a procurar maneiras de inibir a proteína, como forma de tratar o câncer.

Métodos anteriores de tratamento do câncer, como quimioterapia ou radioterapia, não podem ser isolados o suficiente para atacar apenas o câncer e, muitas vezes, danificam o tecido circundante. Esses tratamentos também podem ter um efeito devastador no sistema imunológico. Esses métodos tradicionais atacam o DNA das células cancerígenas e, assim, danificam o DNA das células saudáveis ​​circundantes.

Anne Voss, outra pesquisadora do estudo, explicou ao Medical News Today que o novo tratamento não ataca o DNA das células e é potencialmente muito mais seguro. Ela disse:

“Em vez de causar danos potencialmente perigosos ao DNA, como fazem a quimioterapia e a radioterapia, essa nova classe de drogas anticâncer simplesmente coloca as células cancerígenas em um sono permanente. As células não estão mortas, mas não podem mais se dividir e proliferar. Sem essa capacidade, as células cancerígenas são efetivamente interrompidas.”

Voss admite que a nova pesquisa está em um estágio muito inicial e tem um longo caminho a percorrer antes de estar pronta para testes clínicos. No entanto, ela está esperançosa de que os compostos recentemente desenvolvidos levem a um tratamento que pode “prevenir a reincidência após o tratamento inicial”.

Jonathan Baell, professor de química medicinal no Instituto Monash de Ciências Farmacêuticas, outro autor do estudo, observou que houve muitos obstáculos para avançar o seu trabalho até agora. “Mas com perseverança e comprometimento, estamos empolgados por termos desenvolvido um composto potente, preciso e limpo que parece ser seguro e eficaz em nossos modelos pré-clínicos.”

Os pesquisadores não deram qualquer indicação sobre quando este novo tratamento estaria disponível para uso em pacientes humanos, mas eles estão trabalhando para trazê-lo para as instalações de tratamento de câncer o mais rápido possível.

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