Papa: Mártires da Argélia, as perseguições não são uma realidade do passado

Os dezenove Mártires da Argélia foram assassinados em circunstâncias diferentes durante a guerra civil perpetrada no país norte-africano entre 1991 a 2002.

Cidade do Vaticano

Foi publicada, nesta quarta-feira (05/12), a carta do Papa Francisco ao prefeito da Congregação das Causas dos Santos, cardeal Giovanni Angelo Becciu, enviado especial do Pontífice para a celebração eucarística de beatificação dos dezenoves Mártires da Argélia.

A missa será presidida pelo cardeal Becciu no próximo dia 8, Solenidade da Imaculada Conceição, no Santuário de Nossa Senhora da Santa Cruz, na cidade argelina de Oran.

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Dezenove mártires da Argélia

Trata-se do Bispo de Oran, Pierre Claverie, e 18 religiosos e religiosas assassinados, na Argélia, em circunstâncias diferentes durante a guerra civil perpetrada no país norte-africano nos tempos do conflito entre os muçulmanos da “Frente Islâmica de Salvação” e os militares argelinos entre 1991 a 2002. Dentre os mártires estão sete monges trapistas de Tibhirine, assassinados em 1996.

“O próprio Jesus, Filho de Deus”, escreve o Papa Francisco na carta em latim, “que sofreu a perseguição e uma morte cruel na cruz, sem nenhuma culpa”, havia anunciado aos seus discípulos: “Nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também” (Jo 15, 20).

“Estas palavras”, explica o Pontífice, continuam sendo confirmadas “em várias regiões e maneiras”, mostrando a todos nós que “as perseguições não são uma realidade do passado, porque hoje também as sofremos quer de forma cruenta, como tantos mártires contemporâneos, quer duma maneira mais sutil, através de calúnias e falsidades” (Gaudete et exsultate, 94).

Fé, amor e perdão

“A Igreja sempre teve uma devoção particular pelos mártires que testemunharam a fé e o amor pelo Senhor Jesus até o derramamento de sangue”, assim como fizeram os dezenove Mártires da Argélia que deram a vida, confiando nas palavras de Jesus: “Toda a autoridade foi dada a mim no céu e sobre a terra. Eis que eu estarei com vocês todos os dias, até o fim do mundo” (Jo 28, 18.20).

O Papa pede ao cardeal Becciu para transmitir sua “saudação fraterna aos seguidores de outras religiões e a todas as pessoas de boa vontade”.

“Esses beatos perdoaram os seus assassinos, mostrando amar mais a vida eterna. Agora, possuem o que eles amaram e com a ressurreição dos mortos a terão com maior plenitude” (Santo Agostino, Sermão 302, 7).

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