O Espírito Santo age em todos

    São Paulo fundou a comunidade de Corinto durante a segunda viagem missionária. Ali nasceu um pequeno grupo de cristãos formado em sua maioria por gente pobre. Surgiu uma comunidade que rompeu com o passado para viver a novidade do Evangelho. A mudança foi forte, pois eliminou as barreiras de classe, raça e sexo.
    Após o impulso inicial, a comunidade se acomodou. Aos poucos, viu-se cercada de muitos problemas internos e externos/ São Paulo toma conhecimento da situação por meio de pessoas que lhe relataram os fatos e, através de uma carta da comunidade, pediram esclarecimentos.
    Um desses esclarecimentos solicitados dizia respeito à questão dos carismas. A comunidade não assimilara de modo maduro e responsável a vida nova que brotava do anúncio evangélico. Dava-se valor unicamente àqueles carismas extraordinários capazes de causar impacto nas pessoas: falar em línguas, profetizar, fazer curas e milagres. Para os coríntios, ter carisma era isso. Suas celebrações eram concorridas, cada qual ansioso para apresentar seu dom extraordinário, a fim de “aparecer”.
    Os coríntios, portanto, achavam que o Espírito só se manifestava nos dons espetaculares. Quem não os possuísse não possuiria o Espírito. São Paulo procura alargar o horizonte da comunidade: “São distribuídos muitos dons, mas  Espírito é o mesmo”. O Espírito não discrimina nem privilegia pessoas, mas distribui seus dons a cada um, conforme Ele quer. Os carismas e suas manifestações concretas, isto é, os ministérios, têm como fonte e origem a própria Trindade, que é comunhão. Na comunidade cristã, cada um recebe uma manifestação do Espírito para o crescimento de todos. Ninguém fica sem ter seu carisma. Entretanto, ninguém pode se julgar dono ou condicionador do Espírito. Os carismas não são algo do qual o possuidor possa se gabar ou exibir: “a cada um é dado algum sinal da presença do Espírito para o bem comum”.
    E então, São Paulo apresenta um elenco de carismas extraordinários. Ele coloca nos últimos lugares os carismas mais ambicionados pelos coríntios para mostrar que eles se esqueceram do mais importante, agarrando-se ao supérfluo. Importante é perceber que há diversidade de dons e que essa diversidade, longe de desunir as pessoas, deveria favorecer o crescimento mútuo, na união que reflete a comunhão da Trindade.

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