Mulher cristã aguarda decisão que pode condena-la à morte por blasfêmia, no Paquistão

Asia Bibi, mãe católica de cinco filhos, tornou-se em 2010 a primeira mulher no Paquistão a ser sentenciada à morte por blasfêmia

A família de Asia Bibi, uma mulher cristã que enfrenta uma sentença de morte no Paquistão, acredita que a Suprema Corte do país pode estar prestes a anunciar sua absolvição. Nesta semana, o tribunal fez referência ao julgamento na audiência final no caso de Asia Bibi, cuja condenação por blasfêmia está em recurso. Falando em nome do marido de Asia Bibi, Ashiq Masih e sua filha, Eisham Ashiq, o Padre Emmanuel Yousaf disse que a decisão da Suprema Corte poderá ser anunciada dentro de alguns dias.

O Pe. Yousaf, que está com Eisham e Ashiq Masih no Reino Unido para eventos organizados pela Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), disse: “Embora os juízes não tenham dado um julgamento, em muitos casos desse tipo no país que tramitaram de maneira similar terminaram positivamente. Teremos que esperar alguns dias, mas estamos confiantes de que as coisas vão correr bem.”

Ao longo do processo, Asia Bibi insistiu que não insultou o profeta muçulmano Mohammad, conforme acusa a sentença de morte sob a seção 295 C, do Código Penal do Paquistão.Durante a audiência final do caso no Supremo Tribunal, houve protesto na rua pedindo que a sentença de morte fosse mantida, mas o processo terminou com um veredito ainda pendente.

“Rezamos 10 anos pela nossa irmã Asia, e estou confiante de que as nossas orações serão ouvidas, e o julgamento será a favor da Asia, sua família e toda a comunidade cristã paquistanesa. A decisão pode ser anunciada ainda nesta semana, e tenho certeza de que será favorável. Todos que acreditam que a Lei da Blasfêmia tem sido mal-usada deve rezar pela libertação de Asia Bibi, independentemente de sua fé”, disse o Pe. Yousaf, renovando apelos por orações para a libertação de Asia Bibi.

Sobre a ACN (Ajuda à Igreja que Sofre)

A ACN surgiu em 1947 quando o padre holandês Werenfried van Straaten, ao ver a miséria em que viviam os alemães após a Segunda Guerra Mundial, começou a pedir ajuda para os “inimigos” de antes. Apesar de uma Europa dizimada pela guerra, o apelo à solidariedade do Pe. Werenfried ecoou e milhares de pessoas passaram a ajudá-lo com o que tinham. Nascia naquele momento a ACN (Ajuda à Igreja que Sofre).  À medida que o auxílio aumentava, a ACN se tornava conhecida e os Papas pediam que a obra se expandisse, não apenas para aqueles que passavam necessidades por conta da guerra, mas para todos os que sofriam por viver a sua fé. Assim a ACN se tornou uma Fundação Pontifícia, com sede no Vaticano, e atualmente atende milhões de pessoas por meio dos mais de 5 mil projetos apoiados anualmente pela entidade, em cerca de 140 países, incluindo o Brasil. Os projetos auxiliados pela ACN englobam a construção de casas, postos de saúde e escolas em regiões que sofreram ataques fundamentalistas; suporte aos refugiados (alimentação, medicamentos, agasalho e abrigo); recuperação de jovens dependentes químicos; apoio às vítimas de desastres naturais; produção e distribuição de material catequético; locomoção e transporte para religiosos e missionários; e construção e reconstrução de Igrejas.

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