Dimensão do reino

    A Paróquia, a Diocese, a Igreja, o movimento ao qual pertencemos são os grupos básicos aos quais está ligado o cristão. Por intermédio deles recebe a formação de que necessita e canaliza o compromisso de sua vida. Por intermédio deles, relaciona-se com outros grupos, outras comunidades, outras paróquias e com toda a Igreja. É maravilhoso observar essas concentrações de pessoas. Num dia, reúnem-se os catequistas, noutro encontram-se membros da pastoral da acolhida, e assim por diante, cada núcleo se reúne. O bispo convoca uma reunião diocesana, ouvi a todos, acolhe a todos e preside na caridade a sua Igreja Particular. Reunimo-nos, oramos e celebramos juntos nossa vida cristã, sentimo-nos animados para prosseguir trabalhando e nos esforçando para viver melhor nosso compromisso.
    Às vezes, porém, temos a tentação de olhar para aqueles que não pertencem ao nosso grupo como estrangeiros e inimigos. Eles não pensam exatamente como nós. Adotam um estilo e uma maneira diferente de fazer as coisas. Talvez até se vistam de forma diferente. Isso que acontece dentro da Igreja Católica ocorre também com relação às demais Igrejas, com as demais religiões. Olhamos para os outros como se fossem estranhos e, de imediato, não os condenamos porque não nos são semelhantes.
    O Evangelho do vigésimo sexto domingo do Tempo Comum nos recorda algo muito importante: o Reino de Deus é maior do que o pequeno grupo que formamos – os discípulos de Jesus, maior que o que somos em nossa paróquia, nossa comunidade, nosso grupo ou nossa Igreja. O Reino abrange todos os homens de boa vontade. Sem exceção. Basta abrirmos os olhos depois de termos deixado de lado os preconceitos, os filtros negativos e os óculos escuros, e olharmos ao nosso redor. Nós nos surpreendemos ao ver a quantidade de homens e mulheres que, ainda que pensando muitas vezes de maneira diferente da nossa, e empregando um nome diferente para chamar a Deus, ou até mesmo dizendo que Deus não existe, fizeram de sua vida um serviço aos demais, ao seu bem-estar, a sua felicidade, à justiça e à fraternidade. É muito claro eles também pertencem ao Reino. Jesus nos trouxe uma mensagem de um Deus que é a favor da vida do homem e todo aquele que estiver a favor do homem e de sua vida está do seu lado.
    Nós, cristãos, precisaríamos aprender a desempenhar o jogo da inclusão, porque Jesus não excluiu ninguém, mas juntou a todos. Escutando este trecho do Evangelho, deveríamos nos sentir irmãos de todos aqueles que, independente de sua fé ou ideologia, dedicaram-se a fazer o bem. Jesus está com eles e nós também.

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