Conduzida por Maria ao altar

Singela e discreta, Nossa Senhora sempre esteve ao meu lado. Porém, mesmo com diversos sinais, eu não compreendia a Sua presença em minha vida e só a conheci após uma longa caminhada. Protegida por seu manto, fui acolhida como filha, chamada a imitar Suas virtudes e a abandonar-me em Seus braços maternais. Quão doce e reconfortante é poder estar com nossa Mãe Santíssima!
A primeira vez que senti Sua presença foi aos 16 anos. O divórcio dos meus pais gerou uma dor lancinante em todos nós e, ao invés de nos unirmos, nossa família desmembrou-se ainda mais. Era Natal e meus parentes tomaram seus rumos, deixando-me sozinha. Levada à casa de uma amiga, o silêncio dilacerante da minha alma foi ocupado com a música que pairava no ambiente: “Nossa Senhora”. Fiquei imóvel por alguns segundos. Aos pulos, meu coração teve a certeza de que Ela me amparava naquele momento.
Quatorze anos depois, veio a conversão. Buscando conhecer melhor Nossa Senhora, pesquisei sobre o Seu poder contra as forças infernais com o livro “Guerra espiritual – ataque contra a mulher”, da Comunidade Emanuel (RJ). Finalizei a leitura consagrando-me a ela, justamente em seu dia, 12 de outubro. Mais à noite, em reunião na paróquia, alguém me disse: “enquanto você subia a rua, eu vi Nossa Senhora em seu rosto”. Fiquei estupefata! O que será que aquilo poderia significar?!
Naquela época, já fazia um ano e meio que eu estava na Igreja e fiquei indignada como Deus ainda não tinha cumprido a Sua promessa em me dar uma família. E não parava de reclamar, uma ladainha só. Três pessoas ouviram meu chororô e disseram-me: “vá para a Canção Nova”. O que concluí? “Vou encontrar meu marido na Canção Nova!”. Eu nem fazia ideia do que era a comunidade. Dei meu jeito e fui passar o Ano Novo no local. Convicta de que encontraria “o meu marido prometido”, caçava com olhares a vítima do meu desespero. Mas dei-me conta do ridículo, renunciei e prostei-me em oração.
Em dado momento, pensei em Nossa Senhora. Em dúvida, perguntei a Deus se Ela seria real ou se era apenas mais uma enganação de Satanás. E se eu ficasse orando a vida toda para ela, chegasse no juízo final e visse que não valeu de nada? Pois bem, na programação do acampamento constava um luau, o qual iria participar mas, bastante cansada, desisti e me dirigi à pousada. Mas Deus ordenou que eu fosse ao Santíssimo e ficasse por lá. Passado algum tempo, levantei-me ansiosa mas, em tom de bronca, ouvi o Senhor: “Não ouse levantar daí. Fique até meia-noite”. “Ah, fala sério Senhor!”, sentei-me reclamando. No horário estabelecido, saí da capela e deparei-me com o luau. Pensei: “já que estou aqui, vou ficar”. Em meio às orações de cura e libertação, um jovem manifestou a presença do inimigo. Ele pulava como um sapo, contorcia-se todo e gritava: “ele é meu, ele é meu”. Continuamos em oração e todas as vezes que o missionário citava o nome de Maria Santíssima, o rapaz manifestado gritava enfurecido: “eu odeio ela, eu odeio ela” (sic). 

Lembrei-me então do livro que li sobre o poder da Virgem Maria contra o inimigo de Deus, da sincera dúvida que elevei aos céus e a resposta que o Senhor estava me dando. Entendi perfeitamente que tinha permanecido por três horas no Santíssimo, em uma espera incompreensível, para que Deus fizesse a Sua obra na minha vida. Grande é o valor da obediência!
Não encontrei o meu tão prometido José na Canção Nova, mas subi ao altar, conduzida por Maria Santíssima, e selei o meu matrimônio com a Igreja Católica. Dei o meu “sim”, em todas as circunstâncias. Não se desiste de um casamento, não é verdade?! Assumida filha de Maria, pela Igreja de Cristo, Nela e por Ela, é amor, é decisão, é para sempre. Tem como não amar essa Igreja?! Impossível! Salve Maria Imaculada!

Priscila Dalcin.
Paróquia Santo Agostinho.

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