Brasileiro que trabalha em Dubai com Apostolado do Mar participa de encontro em Roma

Coordenadores do Apostolado do Mar estão em Roma para um encontro promovido pelo Pontifício Conselho para o Desenvolvimento Humano Integral. Deste evento participa o sacerdote scalabriniano brasileiro padre Olmes Milani, que atualmente exerce sua função em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

A repórter Bianca Fraccalvieri, do Vatican News, conversou com ele:

Qual o objetivo da reunião em Roma?

Nós vamos tratar sobre a pastoral marítima, o Apostolado do Mar. Então, vamos passar uns dias refletindo sobre a situação atual desse trabalho no mundo e projetar alguma coisa para frente, nos próximos três ou quatro anos. E também detectar quais são os problemas principais que os nossos marítimos encontram em diversas situações da Marinha Mercante, navios abandonados e marinheiros que estão passando por dificuldades econômicas devido a falta de pagamento, essas coisas todas nós conversaremos juntos sobre o cuidado pastoral que cada capelão e sua equipe realiza em cada lugar, pelos portos do mundo.

Quem são os marítimos que o senhor acompanha e qual o tipo de serviço é oferecido a eles?

O trabalho com os marítimos em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, nos diversos portos que existem está sendo feito dentro do que a legislação local permite. Existem muitas questões de segurança para serem tratadas porque, como todo mundo sabe, os Emirados Árabes Unidos é um País que está em paz, mas a região é explosiva. Então, lógico, os portos e aeroportos são lugares de segurança máxima. Desse modo, nós fazemos tudo aquilo que é permitido fazer dentro daquilo que as normas permitem.

Um dos trabalhos que a gente vem fazendo é quando em algum navio, um ou dois tripulantes morrem a bordo. E a gente sabe que os marinheiros a bordo não ficam tranquilos se não for feito algo pela pessoa que faleceu. Então, quando chegam a algum porto, a gente vai num barco menor até onde o navio está ancorado e faz uma oração junto com os marinheiros deste navio. Nesta oração, aparece tudo o que é religião. Cristão, muçulmano, budista, todo mundo quer manifestar solidariedade entre eles e desejam que o espírito da pessoa falecida esteja em paz.

E qual é o destino deste corpo?

Este corpo é deixado no primeiro porto que o navio possa ter acesso. Na maior parte das vezes o corpo não chega à bordo do navio, ele já foi deixado em algum país e de lá é enviado ao país de origem. À bordo do navio nós quase nunca encontramos os corpos, mas como o corpo esteve alguns dias, às vezes até semanas, criam-se diversos tipos de crenças e superstições e a gente vai lá esclarecer aos marinheiros sobre isto.

 

Fonte: CNBB

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